quinta-feira, 31 de dezembro de 2009
Feliz 2010!
quarta-feira, 30 de dezembro de 2009
Gramofone
sábado, 26 de dezembro de 2009
Receita de Ano Novo
cor de arco-íris, ou da cor da sua paz,
Ano Novo sem comparação como todo o tempo já vivido
(mal vivido ou talvez sem sentido)
para você ganhar um ano
não apenas pintado de novo,
remendado às carreiras,
mas novo nas sementinhas do vir-a-ser,
novo
até no coração das coisas menos percebidas
(a começar pelo seu interior)
novo espontâneo, que e tão perfeito nem se nota,
mas com ele se come, se passeia,
se ama, se compreende, se trabalha,
você não precisa beber champanha ou qualquer outra birita,
não precisa expedir nem receber mensagens
(planta recebe mensagens?
passa telegramas?).
Não precisa fazer lista de boas intenções
para arquivá-las na gaveta.
Não precisa chorar de arrependido
pelas besteiras consumadas
nem parvamente acreditar
que por decreto da esperança
a partir de janeiro as coisas mudem
e seja tudo claridade, recompensa,
justiça entre os homens e as nações,
liberdade com cheiro e gosto de pão matinal,
direitos respeitados, começando
pelo direito augusto de viver.
Para ganhar um ano-novo
que mereça este nome,
você, meu caro, tem de merecê-lo,
tem de fazê-lo de novo, eu sei que não é fácil,
mas tente, experimente, consciente.
É dentro de você que o Ano Novo
cochila e espera desde sempre.
(Carlos Drummond de Andrade)
Texto extraído do "Jornal do Brasil", Dezembro/1997.
quarta-feira, 16 de dezembro de 2009
Mais uma de Eça
Eça de Queirós
quarta-feira, 2 de dezembro de 2009
Homenagem a Marcos Rey
O evento contará com a presença de Palma, viúva do homenageado, que responderá perguntas do público. Será oferecido coquetel aos convidados. Tel.: (11) 2252-2110. www.saraiva.com.br
sexta-feira, 27 de novembro de 2009
A perda
Na adolescência, teve supresso o juízo; na juventude, as oportunidades; na vida adulta, deixou de se respeitar.
A ruína moral veio na esteira. Perdeu a inocência, a razão, os pais, a alegria, a mulher, os filhos, o emprego, o amor-próprio, os cabelos, os dentes. Por fim, perdeu a vida. E, então, ganhou.
quarta-feira, 25 de novembro de 2009
Panacéias
O texto:
Tenha Juízo
Grande crime casar doente.
Grande número de homens casados que em solteiros adquiriram doenças secretas, ficaram com elas crônicas, eis a razão porque milhares de senhoras sofrem sem saber a que atribuir a causa desses casos. Para recuperar a saúde bastam alguns vidros de Elixir 914
Havia também, naqueles idos, as Pilulas do Abbade Moss, eficacíssimas para prisão de ventre, fígado, mau hálito, palpitações, gases, peso no estômago, gênio irascível e calor na cabeça.
Entrega do Troféu Juca Pato
terça-feira, 24 de novembro de 2009
Academia Paulista de Letras comemora 100 anos
O evento desta quinta-feira terá início com o hino nacional brasileiro, pelo Coral Madrigal Sempre En Canto, com regência da maestrina Regina Kinjo.
Em seguida, pronunciamentos de Ruy Martins Altenfelder Silva, presidente da Academia Paulista de Letras Jurídicas e do Conselho de Administração do CIEE; Cícero Sandroni, presidente da Academia Brasileira de Letras; Luiz Gonzaga Bertelli, presidente da Academia Paulista de História e presidente executivo do CIEE; José Renato Nalini, presidente da Academia Paulista de Letras; Paulo Bomfim, decano da Academia Paulista de Letras. Por fim, haverá apresentação de concerto musical, regido pelo maestro João Carlos Martins. Após o evento, será oferecido coquetel de confraternização no Foyer do Espaço Sociocultural, no teatro CIEE.
Informações:
O Teatro CIEE fica na Rua Tabapuã, 445 – Itaim Bibi – São Paulo.
As inscrições podem ser feitas gratuitamente pelos telefones (11) 3040-6541 / 3040-6542
quarta-feira, 18 de novembro de 2009
A mulher
Vendia cosméticos em domicílio, trabalho que lhe rendeu uma coleção enorme de amizades e bons tostões no decurso dos anos. Houve, então, que as donas-de-casa, aquelas mulheres gentis sempre prontas a recebê-la e tomar informações sobre os rouges, os pós-de-arroz, batons e esmaltes, foram desaparecendo como por encanto.
Ultimamente, em suas manhãs e tardes, deparava com casas vazias. Agastava os dedos nas campainhas, mas as moradoras não mais atendiam. Onde foram parar? Não raro, a porta era aberta por um homem, que tratava de dispensá-la de pronto, sob a alegação de que sua mulher não estava. Estranhou, mas persistiu até quanto foi possível. Em um final de tarde, num dia que retornava a casa sem ter vendido ao menos um vidro de esmalte, sentiu-se abater por um desalento incomensurável. Foi quando tudo se deu.
A mulher deparou com outras pessoas, uns atônitos tais como ela; outros tantos repetiam gestuais ou executavam trabalhos, aos quais se entregavam quando viviam do outro lado. Estavam lá os braçais que limpavam as ervas das frinchas dos paralelepípedos, os carroceiros que entregavam pão, leite e miúdos de frango, os vendedores de enciclopédias, amoladores de facas e tesouras, ferradores, seleiros, beijueiros, gentes às quais o mundo moderno pôs de lado, sem piedade.
À sua frente, do nada, brotou um engraxate. A seu lado, surgiu um vendedor de raspadinha. Mais adiante, o homem do algodão doce, o sapateiro, a quituteira. A mulher passou a se dar conta de que não avistava mais esses trabalhadores em seu cotidiano de há tempos.
De primeiro, chorou. Tantos haviam desaparecido, sem que sentisse falta, até que ela mesma viesse engrossar a lista. Sentiu saudades de um mundo que deixara de ser. Quanta cegueira, lamentava. Como não se apercebera que ninguém mais lhe tentava persuadir, à porta, a comprar a Barsa, a coleção de Monteiro Lobato? O que foi feito de tudo?
Secou as lágrimas e seguiu, entre os desencontrados, a oferecer de longe em longe seus batons.
sexta-feira, 13 de novembro de 2009
A verdade sobre o apagão
Diz que a engenheira estagiária, loira, ficou até mais tarde em Itaipu, colocando o serviço em dia ... e .... antes de sair .... apagou tudo ... simples assim ....
quinta-feira, 12 de novembro de 2009
Apagão
domingo, 1 de novembro de 2009
Finorinho
Foi um corre-corre danado. Os mais próximos cuidaram de acudi-lo; os mais distantes, instigados pela curiosidade, esticavam os pescoços. O que aconteceu? A versão majoritária era a de que, sendo um bebedor contumaz, o bruto embriagou-se tanto que deitou com os arreios.
Mas, na verdade, aconteceu que Arlindo, mais um casal de amigos que não via há muito, se postaram perto da churrasqueira, de costas para os outros convidados e, em absoluta discrição, aproveitando o vento favorável e a Lua em Júpiter, acenderam um baseado. De ótima procedência, por sinal, segundo se comentou.
Arlindo não se permitia a uma estultícia daquelas havia pelo menos uns bons vinte anos. Foram só uns peguinhas, mas o bastante para que a pressão arterial despencasse, levando consigo o corpo franzino para o chão.
Domingo
Temos em comum o gosto por materiais que remetem às antigas sedes das fazendas paulistas e mineiras. Buscamos material de demolição e encontramos tijolos, portas, janelas, muita coisa.
O alicerce e boa parte das paredes levam tijolos que foram de casas de colônias da Fazenda Sant'Ana do Jardim, condomínio rural do qual somos sócios-proprietários. Portas, janelas, ladrilhos hidráulicos, fomos garimpando em uma e outra reforma ou demolição.
Creio que dentro de mais três semanas o Sobrado será nosso lar, nosso castelo, nosso ninho. Não vejo a hora.
sábado, 31 de outubro de 2009
Saudade
Fiquei. O jornalismo tem dessas vicissitudes: os plantões aos sábados e feriados, tal como médicos e policiais. Só que o jornalista, no interior ao certo, ganha menos que profissionais das duas outras carreiras.
O Grande Hotel Glória, em Águas de Lindóia, foi construído na década de 20 e preserva suas características, restaurado de acordo com o projeto original. É belíssimo. Todo o hotel, até as banheiras, é abastecido com água mineral, que vem direto de uma das fontes próximas. Há um tunel que liga o hotel ao balneário.
Elas estão no 316 e sinto no peito uma saudade louca e a necessidade de resumí-la em uma frase: Léa, obrigado porque você existe, Menina Linda.
Preguiça
Mário Quintana
O retorno
Hoje não há quem não proteste pela falta de tempo. Até o Mingão, do Disk Cerveja, tem lamentado.
Nas últimas semanas estive trabalhando na conclusão de um novo trabalho, um livro, que já está na revisão. Demandou pesquisas, horas no computador, entrevistas e contatos aqui e ali, mas terminei.
Pretendia lançar o bruto ainda este ano, mas talvez não haja possibilidade. Há prazo da gráfica, provas, todas essas coisas. E já fechamos outubro, primavera quente.
Sempre fui da corrente a professar que o destino somos nós que traçamos. Ultimamente, entretanto, minhas certezas têm sido postas à prova. Há um componente com o qual jamais esperei contar: os tais motivos alheios à minha vontade. O Émerson, do banco, ligando para eu cobrir a conta é um deles. Totalmente alheio.
Mas estamos aí, para o que der e vier.
quinta-feira, 17 de setembro de 2009
Frase
La Bruyère
sábado, 5 de setembro de 2009
Toda manhã será bem vestida
Um velho drogado tosse e cospe na manhã doente, nas poças, no esterco que as sombras deixaram em seu rastro. Talvez seja um domingo. Sempre se encontra um moribundo cuspindo e pigarreando num domingo.
Das casas pendem cortinas róseas e sujas, enquadrando, nas janelas, vultos gordos e amanhecidos. Uma negra simpática se precipita sobre o tanque e uma ibérica com um traseiro descomunal recolhe suas rendas do varal e canta comovida, com sua bocarra de réptil, uma ode qualquer.
O gari, ainda embriagado, reclama e maldiz sua vida e varra a sujeira, varre a vida, a sujeira e a vida e coça seu septo podre e pisa em sua própria condição nefasta e sorri com os dentes amarelados, um riso vazio de vingança.
As pessoas passeiam em bandos, montes de gralhas alegres, com seus trapos coloridos, as crianças saltam, gritam e as prostitutas sonolentas recolhem suas pernas para vendê-las logo mais, ao anoitecer.
Lentamente a cidade vai despertando, os primeiros veículos aparecem timidamente, rasgando o silêncio fúnebre e os sinos dobram nalgum ponto distante, chamando os pecadores e os zumbis, que se apressam em pulinhos graciosos em busca de suas doses semanais de alívio interior.
A manhã se firma com vontade e o velho drogado esmaga suas lêndias, enquanto observa o minúsculo engraxate oferecer seus serviços na calçada quente.
Há um aglomerar de transeuntes, grupos que se entregam a conversas virulentas, com olhos pétreos, remelentos. Um homem trajando paletó marrom e ostentando costeletas pegajosas, relata, com detalhes, as atividades amorosas que manteve na noite anterior.
Seres sem face, com sede precoce, bebericam no boteco da esquina, onde um gordalhão triste sorve, em uma só talagada, a cachaça amarga e gesticula para espantar os fedelhos melados de sorvete que o rodeiam e zombam e só descansam quando o bruto cai, se quebra e seus cacos são chutados pelo senado e o povo de Roma.
Na alameda, a mulher alta, com rosto de pêra, se insinua para o padeiro que parece não compreender o que ela pretende ou simplesmente não se deixou atrair por suas pernas de jaboticabeira.
Nas ruas centrais, ricas madames obesas e aerófagas cacarejam e mugem, sacolejando suas estrias em gargalhadas de lontra. Pamponeta-peta-perruge-peta-perruge-pe-tlim – brincam os petizes. O soldado infeliz abre os braços ao firmamento, orientando os vultos descerebrados que transitam entre melancias, pepinos e carrapatos da feira precária. Fiéis, infiéis, adúlteros e adulteras se liquefazem na saída do templo, com uma débil felicidade e tomam seus rumos incertos e vagos.
A manhã se esvai em raios multiformes, vestida pela tarde amena. Os cristãos estão amedrontados na arena e o garboso homem de toga branca baixa o polegar num gesto solene e premeditado. As feras são soltas e os gritos se espalham entre buzinas e os carros. A vida sangra. O velho drogado lava suas mãos.
14/11/1986
sexta-feira, 4 de setembro de 2009
sábado, 29 de agosto de 2009
Escrever
É quase um processo de loucura, que nos obriga ao mergulho na busca de fisgar uma palavra, uma frase, um sentido. Exercício de garimpo e encanto. Nunca bem compreendido.
Cá estou a rever textos que publiquei na década de 1980, dando-lhes nova roupagem, enxertando um tanto aqui, eliminando parágrafos lá. Tudo está sendo reunido com material recente, que pretendo parir em meu próximo livro, já em gestação.
terça-feira, 25 de agosto de 2009
Pensar com o quê?
(Do advogado Antonio Gonçalves da Cunha, falando em nome da OAB-Jaú, em uma cerimônia de desagravo a um colega de profissão, que fora ofendido por um radialista local, em outubro de 1988)
sexta-feira, 14 de agosto de 2009
Cara do Brasil
Rolando
Estamos nos aprumando para ver o artista cantar seu repertório de músicas raizes e contar os causos deliciosos.
Até
quinta-feira, 13 de agosto de 2009
Frase
(Euclides da Cunha)
terça-feira, 11 de agosto de 2009
O sonho
As imagens, as cores, os cheiros, as falas só se revelam representações soniais quando as pálpebras descerram e, então, os sentidos saem da zona fronteiriça entre o que estava e o que realmente existe ou supomos existir.
Depois, o desdormir a incitar apurações metafísicas e a constatação de que, em verdade, o céu jamais poderia ter matizes tão distintos quanto aqueles que se apresentaram à mente durante o sono, ainda que estivesse lindo.
Era o que parecia um terminal rodoviário, com dezenas de ônibus em suas plataformas a recolher e fazer descer passageiros incessantemente. Aguardava o intermunicipal que me levaria de volta... para onde mesmo?
O veículo chegaria a qualquer momento e eu tinha de embarcar. Seria melhor escrever que tinha de usar o meio de transporte, para evitar a catacrese? Não vem ao caso agora. O fato é que senti súbita vontade de comer um hambúrguer repleto de ketchup e mostarda e rumei à lanchonete, conquanto minha consciência insistisse em gritar que essa volição me faria perder o ônibus. Dei de ombros.
segunda-feira, 10 de agosto de 2009
segunda-feira, 20 de julho de 2009
Músicas e cifras
Léa está arrasando no violão. Repertório bárbaro, voz sem igual.
domingo, 19 de julho de 2009
Madrugada
Brotas
Os tais esportes assumem nomes que para este rabiscador de meia idade soam como termos alienígenas, tais como acqua ride, canyoning, duck, kayak fun, KR9 (Kayak rafting), escalada indoor, entre outros mais palatáveis como canoagem, cavalgadas e bóia-cross (em que é craque o primo Jessé Prado Lyra).
Mas há muitos outros encantos na pequena cidade. Tal como em Jaú, é possível deparar com antigos casarões, maravilhosos, como esse da foto, que registramos no domingo. O turismo arquitetônico, além de encantar os olhos e a alma, é mais prudente ao corpo e não tem contra-indicações.
O ócio eleva e dignifica
O ócio construtivo, conforme Rhoden, tem de ter 3 características: percepção de liberdade, encantamento e trazer desfrute.
"Se algo te deixa apático, aborrecido, não é ócio construtivo. Algo que te deixa tenso, com medo, quase pânico, que te sujeite à violência, não pode ser considerado ócio."
Viva as férias!!!! Ôlas! Hip-hip-hurra!!!!! Eia! Sus!
Trabalhar demais pode causar demência
Uma pesquisa liderada por cientistas finlandeses sugere que excesso de trabalho pode aumentar o risco de declínio mental e, possivelmente, de demência.
Demência, segundo a matéria, é um termo genérico que descreve a deterioração de funções como memória, linguagem, orientação e julgamento.
O estudo analisou 2.214 funcionários públicos britânicos de meia idade e descobriu que aqueles que trabalhavam mais de 55 horas por semana tinham menos habilidades mentais do que os que faziam o horário normal. Vixe! Olhaí: essa história de workaholic não está com nada, coisa bufada!
"As desvantagens das horas extras devem ser levadas a sério", afirmou a pesquisadora que liderou a pesquisa Marianna Virtanen, do Instituto Finlandês de Saúde Ocupacional.
sexta-feira, 17 de julho de 2009
Frase
(Millôr Fernandes)
quinta-feira, 16 de julho de 2009
Contagem regressiva
Meu periodo de descanso se inicia na segundona e durante um mês estarei entregue ao ócio construtivo, dedicando-me a agradável ocupação de organizar alguns textos, reescrever outros tantos, com certa pachorra, mas muito tesão.
Contando as horas para a segunda! Até.
sábado, 4 de julho de 2009
Ôlas
Não quero almoçar
Só quero esquecer
E então fumo
(Tradução do refrão da música Je ne veux pas travailler)
Maus empresários
Incólumes, prosseguem em sua ação poluidora e incômoda.
Na semana que encerra, os eunucos que dirigem ou são proprietários do Montreal Magazine, da Redelar supermercados, do 1,99 Ortigoza contribuiram direta ou indiretamente para sujar minha garagem.
Teve quem jogou até panfleto de um consultório espiritual, que faz e desfaz qualquer tipo de trabalho, união, separação, quedas na lavoura, vícios em geral, depressão, insônia, impotência sexual, entre outros. Esconjuro!
terça-feira, 30 de junho de 2009
Frase
(Euclides da Cunha)
domingo, 28 de junho de 2009
O copo
Estamos em uma comunhão solitária e, em meu desarrazoado raciocínio, tenho comigo que ele também me fita. Seria ele, o copo, ou minha alma doente que estaría desejando ser novamente preenchida?
Infiro que seja o copo, até pelo jeito que ele se porta, com sua inquisitiva imobilidade, as bordas convidativas, prontas a receber qualquer coisa, desde que não perca sua função de objeto pelo qual se bebe. Mas não estou convicto.
O copo está vazio e me desafia, sem intentar, a embocar toda sabedoria e desgraça do mundo, com uma felicidade cega, que não sei de onde vem, mas que existe e traz ímpetos de festar por todo o sempre, mesmo que não haja razão, embora motivo sempre haja.
Percebo, então, que o copo pode, muito mais que eu, ter alguma serventia e rendo-me. O copo não mais está vazio; o vácuo é meu.
O chef e compositor Giovanni Felippi
Em uma noite dessas, em que tudo clama por emergir e a Lua deve ter passado em Gêmeos, o homem resolveu registrar outra de suas habilidades, a de compositor, e gravou um videoclipe, que contou com a participação impagável de um de seus braços (não sei se o direito ou esquerdo), o Dema, e de outros colaboradores.
Com os leitores, compartilho o trabalho, que ele insiste em chamar de brincadeira, mas que ficou muito legal.
sábado, 27 de junho de 2009
sábado, 20 de junho de 2009
Poluidores
Esses porcalhões deveriam se emendar e parar definitivamente com essas ações poluidoras e antipáticas. Sajac e Cidacar (Volkswagen); concessionária Javep (Chevrolet) e J. Mahfuz são alguns desses maus exemplos que jamais devem ser seguidos.
O dia que der na telha, vou juntar toda essa papelada e jogar no pátio dessas empresas ou no interior das lojas, para que sintam o quanto é desagradável.
sexta-feira, 19 de junho de 2009
Folia
Liberdade
sábado, 13 de junho de 2009
Ausente
Tudo a minha volta tem um tanto de sua história, de seus e nossos momentos. A tela sobre o cavalete, o notebook aberto em sua mesa, as mensagens da cabala afixadas com alfinetes no suporte de cortiça, o violão que suas mãos criadoras dedilham com delicadeza...
Ando pela casa vazia, contendo no peito um choro que teima em explodir; uma e outra lágrima escapam e molham meu rosto na manhã fria de junho.
No quarto, sobre o camiseiro, estão os bonecos de pelúcia, os sapinhos, a tartaruga que ela apelidou carinhosamente de Zequinha. Cheiro suas roupas que descansam no mancebo e o casaco deixado sobre a cama ainda por arrumar. Em seu criado-mudo, ao lado da Bíblia, estão os óculos que emolduram o rosto mais lindo que já mirei. Choro sua falta, desbragadamente, desavergonhadamente.
Ela só foi ao cabeleireiro. Mas a distância me põe a morrer.
sexta-feira, 12 de junho de 2009
Cemitérios
sábado, 6 de junho de 2009
Dia D
Hoje também é dia do meu aniversário. Quarenta e cinco anos. Putz! Como tudo passa depressa. A tal meia idade é um tanto assustadora. Vou parafrasear (uns dizem que a frase é do Raul Seixas, outros que é do Silvio Brito): "Parem o mundo que eu quero descer".
terça-feira, 2 de junho de 2009
O bufão do Planalto
Esse néscio que aparece aí na foto, com cara de unha encravada, é o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, um sujeito inepto que no final de semana chamou os produtores rurais de "vigaristas".
Talvez, em sua inocente ignorância, imagine que verduras, legumes, arroz, feijão, frutas, frango e carne surjam, como que por milagre, nas prateleiras dos supermercados. É triste.
Em alguns países da Europa, como a França, quando a agricultura passa por crises e falta apoio governamental, a população urbana sai às ruas, em apoio irrestrito aos produtores. Sabem os europeus que o alimento servido à mesa, é fruto da atividade rural. Têm consciência de que a borracha dos pneus de seus carros vem da extração do látex de um seringal; que suas roupas de algodão só os vestem porque algum agricultor investiu na cultura do algodoeiro e por aí afora.
Só o bufão do Minc não sabe.
segunda-feira, 1 de junho de 2009
Frase
"Não se vê sob os céus, nenhum animal, nenhum ser, nenhuma criatura que não tenha o seu adversário. É a lei da natureza."
(La Fontaine)
domingo, 10 de maio de 2009
Magê
para quem gosta de ler - http://livrariaeletronica.blogspot.com/
para quem adora tocar - http://partituraeletronica.blogspot.com/
Frase
(Freud, O Mal Estar na Civilização)
sábado, 2 de maio de 2009
Fantasma
Também não sei se nos comunicávamos por palavras ou por pensamentos. Estávamos em um local que parecia os arredores de uma pequena cidade. Subimos num carro, ela dirigindo. Fiz uma piada. Se um guarda pára a gente, não vai enxergar ninguém e não vou ter como explicar isso. E rimos.
Era tarde, estávamos numa avenida. E nos distanciávamos do local de partida. Ela tinha necessidade de retornar. Fizemos o contorno e nos preparávamos para voltar, quando pedi que parasse o carro. Precisávamos experimentar. Ela parecia ter suas dúvidas. E assim mesmo, contrariando tudo, nos beijamos repetidas vezes. E, sim. Era possível sentir o contato, os lábios, as línguas, e era bom.
Mas precisávamos voltar. Havia pressa. Ela acordou. Olhou para o travesseiro ao lado, intato. Uma lágrima brotou. Eu era apenas uma lembrança, finda, desencarnada a visitar-lhe os sonhos.
Frase
Zé Nabuco lança 3º livro em Jaú
O escritor e artista plástico José Thomaz Nabuco de Araújo Filho, 50 anos, lança no dia 7 de maio, às 20h, no Espaço União Livraria, em Jaú, o livro Algumas Palavras, produção independente que traz poemas, ensaios e crônicas. O amor, a mulher e a amizade são abordados pelo autor de forma sensível e remetem as suas experiências e inter-relações com a vida.
Algumas Palavras, com 68 páginas, é a terceira obra literária de José Nabuco e deixa transparecer ao leitor toda a ternura do autor com as letras, com os sentimentos mais puros e simples, a evocar lembranças de um tempo menos pedregoso, no qual a lealdade não era apenas uma palavra dicionarizada; era presente.
O livro Algumas Palavras será vendido a R$ 15 e parte da renda será doada para a Casa da Criança. O Espaço União Livraria fica na Rua Campos Salles, 275.
sábado, 11 de abril de 2009
Taliscar
Ocorre que estávamos sobre o mezanino e uma contenda àquela altura talvez não fosse prudente, sem contar que minha direita não é de um boxeur. Razões mais que suficientes para que procurasse desvendar o que, diacho, aquele sujeito havia dito, antes de tomar qualquer providência que assegurasse a defesa da moral e dos bons costumes na construção.
Ponderei que se o homem quisesse dar a massa isso era problema dele, posto que todos temos o livre arbítrio e vivo me policiando para desembaraçar-me de qualquer preconceito.
Mas aquela coisa de taliscar deixou-me totalmente intrigado. Reportou-me ao roqueiro Serguei, que certa feita admitiu publicamente que era pansexual e que havia mantido relação bíblica com uma árvore, algo meio mamífero-arbóreo, por assim dizer. E aquele pedreiro queria taliscar a parede, obra de alvenaria da minha casa! Desavergonhado!
Meu cérebro era uma ebulição. Tinha de fazer algo. O que pensaria minha mulher a meu respeito, se deixasse passar aquilo sem dizer palavra? Ensaiei mentalmente os golpes que aplicaria no sujeito: um soco no pescoço para obstruir-lhe a traquéia; um joelhaço nas partes baixas; com a sinistra acertar-lhe as têmporas, com a destra a ponta do queixo...
- O que você tem, Zé? – inquiriu minha cara-metade, com a voz doce costumeira. Tomei-a por um dos braços, para afastarmo-nos do pedreiro.
- A parede... esse sujeito quer taliscar e...bem...o que, afinal, ele quer dizer com isso?
Léa riu da minha inocência e da pouca intimidade com assuntos relacionados a construções. Pacientemente informou-me de maneira didática que os pedreiros costumam fixar pedaços de cerâmica na parede para que se possa dar a massa, de forma que fique tudo em nível e prumo da mesma espessura. Isso era taliscar.
Respirei aliviado. Não teria de me engalfinhar com ninguém.
quarta-feira, 8 de abril de 2009
Lei antifumo
O projeto de lei que veda o fumo em locais fechados em todo o Estado de São Paulo, aprovado dia 7 de abril pela Assembléia Legislativa, me empurra para a clandestinidade. Sou pela total desobediência civil.
Ara essa! Quando tomei conhecimento do teor do projeto, senti uma enorme vontade de soltar uma baforada das boas na careca lustrosa do José Serra, o governador. Para ver se lhe esquentava o cérebro.
A lei é imbecil, representa um desrespeito ao direito de liberdade e, portanto, inconstitucional. Pode abrir precedentes drásticos. Se a população aceitar passiva, não seria surpresa se surgir algum governador, careca ou não, querendo controlar até nossas idas ao banheiro.
O insuspeito jurista Ives Gandra Martins, que também é poeta de primeira linha, afirma que a lei é inconstitucional. Segundo ele, invade a competência da União ao legislar assunto de saúde pública e interfere na prerrogativa dos municípios de formular suas próprias legislações sobre o tema.
Uma coisa é certa: se realmente a lei vigorar como está seu texto, hei de encontrar botiquineiros que estejam dispostos, como eu, a ignorá-la olimpicamente.
sexta-feira, 27 de março de 2009
O e-mail
Recentemente teve de transmitir informações para algumas pessoas acerca de um evento com animais e, finda a conversa, o interlocutor ou interlocutora, não sei ao certo, indagou se ele possuía um e-mail. Embora não soubesse nem do que se tratava, não perdeu tempo em pensar. Respondeu de pronto, na lata:
- Tenho dois, mas esqueci em casa.
domingo, 22 de março de 2009
Informática
Bal Masqué
O salão do Jahu Clube está cheio. Parentes e conhecidos brincando ao som de velhas marchinhas, que remetem a um tempo que a maioria não viveu, certamente uma época mais humana e alegre.
O interior do prédio de estilo neoclássico é suntuoso. Estaco a pensar nos bailes e carnavais de antanho naquele cômodo, os homens a fazer leves meneios com as cabeças para as senhorinhas, a orquestra, os pares circundando elegantemente...
O edifício foi inaugurado às 21h30 do dia 12 de outubro de 1917, ao som da orquestra dirigida pelo maestro Heitor Azzi. Depois da inauguração da sede, as administrações passaram a promover uma série de saraus literários, musicais e dançantes.
Na efervescência social da época e em pleno apogeu, o clube também recebeu pessoas conhecidas do cenário político e cultural. Visitaram-no o embaixador italiano Vito Luciani, o ex-governador do Estado de São Paulo Armando Salles e até o escritor Monteiro Lobato.
Agora estamos lá: a melindrosa e o malandro carioca balançando os corpos, procurando nos ambientar com ajuda de bom uísque. Ela se movimenta com graça, ritmada. Os olhos verdes revelam um tanto de meninice, um tanto de assombro, um tanto de esperança e deixam entrever o coração mais nobre que há, sem igual.
As marchinhas se sucedem. O malandro experimenta sensações mistas de encanto, paixão e insanidade. O salão parece mais cheio. Os fantasmas de antanho vieram se somar aos encarnados. Outra dose. Monteiro Lobato acena do outro canto. A vida é estranha mesmo.
sábado, 14 de março de 2009
Ói nóis aqui tra veiz
Prova disso é que há vários dias estou sem fazer uma nova postagem neste blog, embora meu objetivo fosse o de atualizá-lo diariamente. Objetivo soa meio morno. Necessidade. Tenho necessidade visceral em trabalhar as palavras, ainda que os resultados nem sempre saiam a contento.
Já estamos quase às vésperas da Páscoa, mas ainda pretendo escrever algo sobre o carnaval, o bal masqué que ocorreu no Jahu Clube. Peço aos leitores paciência.
domingo, 8 de março de 2009
Lorca
una sombra de ciprés.
(Dejadme en este campo,
llorando).
Todo se ha roto en el mundo.
No queda más que el silencio.
llorando).
está mordido de hogueras.
en este campo,
llorando).
quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009
A Marcha da Quarta-feira de Cinzas
sábado, 21 de fevereiro de 2009
Folguedos Momísticos
Hoje vamos conferir o Baile de Máscaras do Jahu Clube.
Cá estou com calças brancas, camiseta listrada e meu inseparável chapéu Panamá, tal qual malandro de antigamente.
Só não sei ao certo como vou usar máscaras com esses óculos que sou obrigado a usar, posto que tenho os olhos míopes e astigmáticos.
Mas para tudo se dá um jeito e o que restar de mim retorna em breve para postar as novidades.
A todos um bom carnaval, divirtam-se, paz e bem.
domingo, 15 de fevereiro de 2009
Medo de dirigir
Minha Carteira de Habilitação traz que estou apto na Categoria C, que permite conduzir até pequenos caminhões utilizados em transporte de carga. Não obstante, tenho uma aversão enorme a dirigir veículos motorizados. Qualquer um. Enquanto a artrose não me pegar, confio mesmo é em minhas pernas e pés para me transportarem.
Está certo, está certo, admito. Aversão foi uma palavra inadequada. Verdade, verdadeira, sou vítima da chamada fobia de dirigir, que deve ter começado logo nos primeiros dias em que me vi com a carteira de motorista.
Emprestara um velho Fusca marrom de meu pai, para sair à noite, e ao tentar executar minha primeira baliza, na área central da cidade, acabei fazendo com que o carro abalroasse o veículo que se encontrava estacionado atrás. Nada sério, uma encostada, quase um beijo.
Havia muita gente na calçada e logo se formou uma platéia. Lembro-me de ter visto uma garota muito da chata gritando que eu permanecesse no local. Ela iria chamar o proprietário do carro. Mais pessoas se achegavam, pareciam brotar do asfalto. Estão todos rindo de mim, pensei, já em pânico. Houve, então, que em uma atitude de auto-preservação, engatei a primeira e volatilizei. Não porque pretendesse fugir à responsabilidade e, sim, porque precisava por um fim àquelas sensações corpóreas desagradáveis. Estava sucumbindo diante daquela multidão, dos risos, perdendo o controle.
Isso se deu há 27 anos e desde então nunca mais me atrevi a fazer uma baliza. Um divã talvez resolvesse tudo, mas não tive iniciativa para tanto. Continuei a dirigir, embora só o faça até hoje quando extremamente necessário. A falta de autoconfiança me impôs uma série de limitações e, não raro, só de pensar em assumir o volante provoca ansiedade, taquicardia, essas coisas. Não consigo ter familiaridade com as máquinas. Admiro-as por belas que algumas são, mas sempre olho com desconfiança. “Entro em vocês, mas não assumo a direção, nem adianta se insinuarem.” Tudo bem. Poderia ser pior: há pessoas que têm medo de banho, por exemplo.
segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009
Brasil deveria seguir exemplo de Minas
Deu na Agência Estado: três das mais visitadas cidades do circuito histórico de Minas Gerais - Ouro Preto, Mariana e São João Del Rey - vetaram axé, funk, rock ou sertanejo nos dias de folguedos momísticos.
Em programações patrocinadas pelas prefeituras e nos espaços públicos, só sambas e marchinhas de carnaval poderão ser executados nas festas. A medida, segundo a Agência, integra o projeto Carnaval das Cidades Históricas para resgatar o "carnaval de antigamente".
Minhas escusas aos apreciadores, mas penso que seria ótimo se o País inteiro adotasse permanentemente – e não só no carnaval - o veto a esses gêneros. Mesmo que fosse por Emenda Constitucional.
Exceção aos sertanejos raízes (leia-se Tonico e Tinoco, Pena Branca e Xavantinho, Rolando Boldrin, Adauto Santos, Renato Teixeira, Almir Sater, Sérgio Reis e outros poucos contemporâneos)
APL elege novo acadêmico
Após essa eleição, faltará o pleito para a composição da cadeira nº 36, vaga com o falecimento de Esther de Figueiredo Ferraz, para que a composição da APL fique completa. Apesar das eleições, a APL continua tentando angariar recursos pela Lei Rouanet para restaurar a sede antes das comemorações do centenário, que acontece no dia 27 de novembro deste ano.
Informações à Imprensa:
AZ Brasil Assessoria & Comunicação
55 11 3013-7506/3452-5814/9974-7473/7661-3256
Fernanda Campos - fernanda@azbrasil.jor.br;
Luís Fernando Zeferino - fernando@azbrasil.jor.br;
terça-feira, 3 de fevereiro de 2009
Árvores
Tramita na Câmara dos Deputados um projeto de lei que obriga montadoras de automóveis a plantar árvores em número proporcional à quantidade de veículos que produzirem, independente de serem utilitários, caminhões ou máquinas agrícolas.
Para veículos até mil cilindradas, a montadora deverá plantar uma árvore; de mil a duas mil cilindradas, duas árvores; e três árvores para cada veículo com mais de duas mil cilindradas.
Para a montadora que não quiser colocar as mãos na terra, o projeto prevê o repasse ao Ibama do valor correspondente ao custo do plantio. O projeto ainda vai ser analisado em três Comissões.
Tenho cá minhas dúvidas de que o projeto será aprovado, mas não custa fazer figa e torcer.
quinta-feira, 29 de janeiro de 2009
Raul
Uma passagem, em particular, foi divertida. Uma jovem, conhecida da Léa, revelou surpresa com nossa presença.
- Vocês também curtem Raul?
Léa elegantemente limitou-se a responder um claro que sim e eu esforcei-me para conter o riso. Pensei, ato contínuo, em responder algo como: sim, garota, apesar de você achar que sou uma criatura pré-colombiana, sempre curti Raul. Mas calei.
Quando Raul Seixas estourou com seu segundo LP, Gita, em 1974, eu tinha apenas 10 anos e já era fã de algumas de suas músicas como Mosca na sopa e Metamorfose ambulante, que haviam sido lançadas no ano anterior. Seus maiores sucessos me foram apresentados por minha mãe, que tinha um eclético gosto musical e adorava o bruxo.
No ano em que ele morreu, em 1989, eu contava com 25 anos na cacunda e posso dizer que acompanhei grande parte de sua carreira, embora jamais tenha estado de corpo presente em uma apresentação musical do artista.
Uma vez surgiu uma oportunidade, não me recordo o ano, talvez 1981, quando ele se apresentaria no lendário Festival de Águas Claras, em Iacanga. Estava tudo combinado, seguiríamos em quatro ou cinco amigos, mas a coisa não virou. Creio que por falta de grana, não sei bem, minha memória não é mais a mesma.
De qualquer forma, foi legal constatar que o bruxo é atemporal e continue fazendo sucesso danado entre a rapaziada. Valeu! Essa foto aí, tirei lá, com o celular.
terça-feira, 27 de janeiro de 2009
Escrever
joga-se os grãos na água do alguidar
e as palavras na folha de papel;
e depois, joga-se fora o que boiar
(João Cabral de Melo Neto - 1920-1999)
domingo, 25 de janeiro de 2009
Poluição
Em Jaú, onde moro, é uma prática comum. A casa na qual habita minha família tem uma garagem com portão de grade que dá para a calçada, o que facilita a ação.
Como não bastasse colocarem panfletos sob o limpador de pára-brisa do veículo, quando está para fora, agora deram para poluir nossas garagens com todo esse lixo publicitário.
Não sei se os comerciantes que patrocinam a impressão e distribuição desses folderes atinaram para a chatice que é ter de recolher um amontoado de papel diariamente e jogar tudo no lixo. Deveriam pensar melhor a respeito.
Vou dar nome aos bois ou, melhor, aos poluidores. Em apenas um dia, atiraram para dentro um exemplar de um jornal chamado Folha Universal, panfletos de uma financiadora chamada Finamax, do centro de formação profissional H&S, do supermercado Ferracini, da Le Glamour moda íntima, do restaurante Frango na Brasa, da loja Seller, do Pet cursos profissionalizantes e folderes convidando rapazes e moças a ingressar na carreira militar. Olhaí, cambada. Ainda fiz propaganda para vocês de graça, sem poluir.
Os proprietários e gerentes dessas empresas deveriam se envergonhar de andar na contramão. Chega de poluir nossas casas! Emporcalhem seus próprios negócios e nos deixem em paz. Tenho dito.
sábado, 10 de janeiro de 2009
Números
A numerologia diz que estaremos todos sob a vibração cósmica do número 2 (resultado da soma de 2009 - 2+0+0+9= 11 e 1+1=2) - um dígito que, segundo os numerologistas, permite a aproximação de opostos.
Ainda não sei o que pensar sobre esses temas, confesso. Nunca me dei bem com números. Até minha santa mãezinha, já falecida, certa feita perdeu sua inesgotável paciência comigo, tentando explicar a operação matemática de dividir. Como eu não compreendesse, ela partiu em dois um lápis, lançou-me um olhar definitivo, e pôs-se a repetir: dividir, dividir! Aí, aprendi.
Mas minhas dificuldades com os algarismos permaneceram por toda a eternidade. Foi só depois dos 40 que consegui decorar o número de minha cédula de identidade, o R.G. E que ninguém me pergunte os números de meu CPF, do registro profissional de jornalista e da minha inscrição na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), porque não saberei responder. Tenho de consultar sempre.
De qualquer forma, queira Deus que o ano que principia transcorra sem muitos atropelos. Que os opostos realmente se aproximem, amém.
sábado, 3 de janeiro de 2009
Poços é tudo de bom
Os primeiros dias de 2009 têm sido chuvosos em Poços de Caldas. Mas estão uma delícia!
O Ano Novo principiou com os champanhes espocando e um grupo musical a executar algumas coisas de gosto duvidoso no Hotel Minas Gerais, mas entramos na dança assim mesmo.
A ação física de um piá que brincava com uma enorme bexiga ao lado de nossa mesa, me deixou um tanto contrafeito. Não deu outra: o balão caiu sobre minha taça e tomei verdadeiro banho de champanhe. Sorri um sorriso amarelo para os pais do guri e controlei minha vontade de entornar a garrafa sobre os três. Fiquei mais calmo depois de Léa dizer que isso dá sorte. Oxalá!
Os dias que se seguiram foram de farta programação. Passeamos muito, revimos alguns locais, como o Recanto Japonês (esse aí na foto), conhecemos outros tantos, tudo realmente muito gostoso. Algumas passagens pretendo detalhar em postagens futuras.
Feliz 2009 a todos!