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domingo, 22 de março de 2009

Informática


Creio que tenha sido no início da década de 90 que fiz meu primeiro contato imediato de 3º grau com um microcomputador. Foi na redação do jornal Comércio do Jahu, onde ainda redigíamos os textos jornalísticos em vetustas máquinas de escrever Lexington, Olivetti ou Remington.

Os micros assemelhavam a caixotões e tinham o monitor com fósforo verde, que depois de algum tempo cansavam sobremaneira os olhos. Nenhum dos repórteres teve aulas de informática: aprendemos a escrever naquelas coisas de forma empírica, na raça mesmo. Um digitador que trabalhava conosco dava algumas dicas sobre uma e outra tecla especial e cada um que anotasse como negritar uma palavra, como salvar o texto, como copiá-los para os disquetes.

A princípio, fui meio relutante. Tinha comigo que jamais aprenderia a trabalhar daquela forma, com tantos comandos, mas fui me adaptando aos solavancos e acabei tomando gosto pela coisa. Havia, claro, contratempos. Lembro-me de certa feita em que acabara de redigir todo o material para o suplemento agrícola, que se chamava Jornal da Terra, já extinto, diretamente no disquete. Não fizera uma cópia de segurança, nada. Quando entreguei ao diagramador, o disquete não abria, havia dado pau, talvez porque estivesse muito cheio, não sei.

O fato é que estava com passagem comprada para São Paulo. Sairia de Jaú de madrugada, no ônibus da 1h30, em companhia do Joaquim Fernando Paes de Barros, o Kinando. Rumaríamos para a Capital, de onde, ato contínuo, embarcaríamos para Peruíbe.

Já era noite. Havia trabalhado ligeiro, para que houvesse tempo hábil de descansar, arrumar as malas, tomar um banho, antes de seguir viagem. Mas ocorreu aquilo, de o disquete não abrir. Amaldiçoei a informática e principiei a escrever tudo novamente, linha por linha, em ritmo frenético. No fim das contas consegui terminar a tempo.

Hoje, embora de quando em vez ainda tenha meus revezes com esses equipamentos, não há como negar que tudo está mais prático, limpo, ágil e funcional. A comunicação por e-mails, por exemplo, é fantástica. Na verdade era sobre os endereços eletrônicos que pretendia escrever, para contar o caso de um conhecido e de sua pouca intimidade com a internet. Mas acabei redigindo todo esse nariz-de-cera. Conto na próxima postagem.

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