Advogados

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Frase

"Guardar ressentimento é como tomar veneno e esperar que a outra pessoa morra."

Malachy McCourt

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

SP ganha 0800 para orientar pessoas com deficiência

Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência inicia serviço pelo 0800 – 7733 - 723

O serviço tem como objetivo prestar esclarecimentos e informações relativas aos direitos e outros assuntos relacionados às pessoas com todos os tipos de deficiência via telefone e e-mail.

A Secretaria criou um número telefônico 0800, cujas letras no teclado telefônico correspondem às siglas da SEDPcD. O funcionamento será de segunda a sexta-feira, das 8h00 às 20h00 e aos sábados, das 8h00 às 14h00, e será realizado por atendentes com deficiência capacitados para a função.

Informações de Atendimento:
Tel: 08007733723

e-mail: coe.sedpcd@sp.gov.br

www.pessoacomdeficiencia.sp.gov.br

domingo, 28 de novembro de 2010

Tigelas


Constantemente, Léa e eu visitamos páginas eletrônicas de lojas na rede mundial de computadores, a internet, para consultar preço de um e outro produto ou nos inteirarmos sobre as novidades.

Léa, como diz a gíria, é "antenada", sempre se mantém bem informada a respeito do que se passa e, invariavelmente, está a me ensinar algo, quer sobre as tendências das construções européias, quer sobre movimentos artísticos, quer sobre tudo.


Dia desses visitamos presencialmente uma loja para comprar lembrança a uma sua amiga que faria aniversário. Ela escolheu uma tigela em porcelana branca, muito bonita, e saimos satisfeitos com a escolha. Em casa, bem mais tarde, perguntou-me:

- O que você achou da bowl que compramos?

Fiquei assim meio sem ação. E antes de indagar sobre o que ela perguntava, ainda tentei remexer os deteriorados arquivos de meu cérebro, na esperança de não estar sendo vítima de mais uma amnésia, até que ela me salvou.

Explicou que bowl é a palavra que se emprega atualmente nas lojas no lugar de tigela. Ainda brinquei que era pena que isso tivesse ocorrido, já que tigela era uma forma muito mais bela de expressar o nome das tigelas. Ou bowls!

Imediatamente me veio à mente o mestre Napoleão Mendes de Almeida, que recomendava o emprego das palavras observando sempre para não ceder às tentações do uso exagerado de estrangeirismos.

Ensinava, por exemplo, que era preferível usar a palavra grampo em vez de clips, sugeria cofre de embarque no lugar de container e condenava o uso de comitê, que definia como palavra inútil, quando temos comissão, junta ou grupo. Mesmo a palavra escore, que consta estar no vocábulo oficial desde 1943, poderia facilmente ser substituída por contagem ou resultado.

Registre-se que o meste admitia o emprego já consagrado de crochê, bibelô, ateliê, chofer, canapé, por considerá-las palavras insubstituíveis, das quais necessitamos e que não temos no português. Assim como aceitava a palavra bidê, ao contrário do poeta e filólogo Carlos Góis, ao mandar que se diga semicúpio (semi, meio; cupa, cuba)

Mendes de Almeida fazia só uma ressalva sobre o aparelho sanitário para lavagem das partes inferiores do tronco: a verdadeira pronuncia deveria ser bidé, com o "e" final aberto. Isso porque vem do francês bidet e, segundo o mestre, o "o" e o "e" fechados no francês dão "o" e "e" abertos no português. Mas isso é história para filólogos.

Pois é, senhoras e senhores. Agora estão a acabar com as tigelas!



terça-feira, 9 de novembro de 2010

Maria Regina relança Para ser feliz no amor


A psicóloga e escritora Maria Regina Canhos Vicentin relança, dia 18 de novembro, seu livro Para ser feliz no amor, agora pela Editora Paulus e em formato de bolso.
O relançamento ocorrerá a partir das 19h, no Espaço União Livraria, no piso térreo do Jaú Shopping.

A partir de suas experiências como psicóloga, a autora sugere, na primeira parte, 13 atitudes que contribuem para um relacionamento sadio: evitar as mentiras, combater o ciúme excessivo, elogiar o outro e ser fiel são alguns exemplos.

Além disso, Maria Regina incentiva os casais a exercitar condutas que ajudam na construção de uma relação saudável. Para colaborar com os casais, o livro vem acompanhado de um pequeno “dado do amor”, que deve ser montado pelo próprio leitor a fim de realizar com a pessoa amada exercícios conjugais que irão apontar pontos negativos e positivos da relação.

Além das dicas e dos exercícios, a obra também oferece reflexões sobre a importância do sexo no matrimônio e mostra que ele deve ser encarado com maturidade. “Quando a performance física está acima da afeição, o sexo perde a serventia de aproximar as pessoas que se amam e se transforma em puro exibicionismo, assumindo um caráter egocêntrico e doentio”, alerta Maria Regina.

Em formato de bolso, Para ser feliz no amor – Incluindo os sete princípios dos relacionamentos duradouros pode ser considerado um pequeno guia para que os casais permaneçam unidos em saudável convívio durante toda a vida.

Maria Regina Canhos Vicentin é psicóloga, tendo trabalhado 19 anos com casais nas varas de família, infância e juventude, mais de 20 anos em consultório e mais de 10 anos proferindo palestras para casais (pastoral dos namorados, curso preparatório para noivos, ECC).

Serviço
Título: Para ser feliz no amor — Incluindo os sete princípios dos relacionamentos duradouros
Autor: Maria Regina Canhos Vicentin
Coleção: Vida Nova
Formato: 9 cm x 13 cm
Paginas: 168
Preço: R$ 12,00
Áreas de interesse: Autoajuda

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Mulheres sem homens


Chega ao Brasil o livro Mulheres sem Homens, pela Editora Martins Fontes

A ficção de Shahrnush Parsipur manifesta-se a favor de relações mais harmônicas entre homens e mulheres na Pérsia. Sua narrativa conta a história de cinco mulheres no Irã que buscam escapar de suas mazelas cotidianas, à época do golpe de Estado dos anos 1950.

Virgindade, morte e renascimento, estupro, prostituição e casamento permeiam a espirituosa narrativa que mistura história, política e ficção.

As protagonistas desta trama fogem da realidade opressiva de suas vidas e se dirigem a um mesmo jardim, localizado em Karaj, próximo a Teerã. Um jardim metafórico, refúgio para suas fantasias, e lugar onde encontram seu próprio destino, por força do desejo ou do acaso.

Nesse espaço atemporal e utópico, Parsipur oferece a suas personagens a oportunidade de escapar dos sentimentos que as aprisionam. As similaridades entre os universos das mulheres iranianas e das mulheres ocidentais irão surpreender o leitor no Brasil. A capa da edição brasileira traz um trabalho da artista plástica brasileira Beth Moysés, Reconstruindo Sonhos (2005).

Serviço:
Mulheres sem homens
Autor: Shahrnush Parsipur
Editora : MARTINS MARTINS FONTES
Páginas : 136
Publicação : 2010
Preço : 28,90



quarta-feira, 27 de outubro de 2010

APL faz homenagem a Miguel Reale

A Academia Paulista de Letras convida para a série de conferências em homenagem a Miguel Reale, cujo centenário de nascimento se celebra em 6 de novembro de 2010.

Elas ocorrerão às 18h30 horas na sede do Largo do Arouche, 324, todas as quintas-feiras de novembro - 4, 11, 18 e 25 - e a primeira quinta-feira de dezembro - 2 de dezembro de 2010.

Falarão, pela ordem: Miguel Reale Júnior, Ebe Reale, Cláudio De Cicco, Celso Lafer, Ada Pellegrini Grinover e José Pastore. O contexto equivale a um Curso de Extensão de 20 horas de duração.

Os que comparecerem a 4 conferências receberão um certificado expedido pela Academia Paulista de Letras.

Inscrição pelo e-mail acadsp@terra.com.br


terça-feira, 26 de outubro de 2010

Frase

"Somos o que fazemos. Nos dias em que fazemos, realmente existimos; nos outros apenas duramos."

Padre Antônio Vieira

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Fazeres do Brasil

O Ministério do Turismo lança as versões impressa e online da publicação “Caminhos do Fazer – Guia de Produtos Associados ao Turismo”. O objetivo é auxiliar turistas e operadores na organização e comercialização de destinos. O material apresenta informações sobre os principais produtos de artesanato, moda, culinária típica, manifestações culturais e agroindústria de 16 municípios brasileiros.

Foram selecionadas as cidades de Rio Branco (AC), Manaus (AM), Belém (PA), Mata de São João (BA), Nova Olinda e Juazeiro do Norte (CE), Parnaíba (PI), Bezerros (PE), Caicó (RN), Aracaju (SE), Cuiabá (MT), Brasília (DF), Paraty (RJ), Tiradentes (MG), Bananal (SP) e Pomerode (SC). O projeto é desenvolvido pelo Ministério do Turismo (MTur) em parceria com o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e executado pelo Instituto Cultural e Educacional do Paraguaçu (INCEP).

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

43 Anos de Crônicas do P. Preto

O jornalista e cronista Paulo Oscar Ferreira Schwarz (P. Preto) deve lançar em novembro, em Jaú, seu livro 43 Anos de Crônicas, obra que reúne textos que escreveu para emissora de rádio e ao jornal Comércio do Jahu entre 1967 e 1988.

Schwarz, de 67 anos, amadurecia há tempos a ideia de publicar um livro, incentivado frequentemente por seus leitores. Passou a pesquisar e a selecionar os textos que considerou merecedores de figurar no trabalho e separou uma crônica por ano, desde as primeiras, sempre com a emoção e estilo inconfundíveis que caracterizam o trabalho do autor.

Com 77 páginas, o livro foi editado pela pela Editora Scortecci, de São Paulo, e já está sendo comercializado pela internet, no site da livraria e loja virtual Asabeça: http://www.asabeca.com.br/detalhes.php?prod=5267&kb=702

Lygia na APL


A teatralização do conto Venha ver o por do sol, de Lygia Fagundes Telles, será a grande atração do dia 21 de outubro, às 18h30, na Academia Paulista de Letras, Largo do Arouche, 312.


O espetáculo será realizado por alunos do Colégio Dante Alighieri e contará com a presença da escritora, que também falará aos presentes sobre como surgiu esse conto, um dos mais clássicos em sua obra. A entrada é franca.

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Zero faz 35 anos

O escritor Ignácio de Loyola Brandão autografou no dia 4 de outubro, na Livraria Cultura do Conjunto Nacional, São Paulo, a edição comemorativa dos 35 anos do livro Zero.

O evento tinha como objetivo celebrar a edição especial que a Global Editora preparou a partir de um projeto gráfico inovador, assinado pelos designers gráficos Eduardo Okuno e Mauricio Negro. Nesta edição, o leitor pode conferir as capas de todas as edições publicadas no Brasil e no exterior e cem páginas com o making off da obra.

O livro é, segundo a crítica, a obra que melhor descreve o que foram os anos de chumbo no Brasil. Sua primeira edição foi publicada na Itália em 1974 e somente um ano depois veio a ser lançada no Brasil. Em julho de 1976, recebeu da Fundação Cultural do Distrito Federal o prêmio de Melhor Ficção, e, no dia 20 de novembro, foi censurado pelo Ministério da Justiça. Sua venda foi proibida em todo o território nacional e liberado apenas em 1979.

Na época da ditadura ou nos "anos de chumbo", como preferem alguns, Loyola era secretário gráfico do jornal Última Hora. Naquela época, os censores instalados nas redações vetavam muitas de suas matérias, e as que não passavam iam parar numa gaveta. Com o passar do tempo, essas inúmeras matérias, mais de 4 mil páginas, acabaram se tornando o embrião do Zero. "Passei um bom tempo selecionando o material, algumas coisas eu descartava, outras eu acrescentava com alguma informação a mais, e assim foi nascendo o Zero”, explica Loyola.

Esta edição comemorativa do Zero custa R$ 65 e está distribuída em todo o Brasil.

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Frase

"Defeitos não fazem mal, quando há vontade e poder de os corrigir."

Machado de Assis

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Herz fala sobre o livro eletrônico na APL

Pedro Herz, o grande livreiro do Brasil, que lançou a exitosa idéia da Livraria Cultura, estará na Academia Paulista de Letras nesta quinta-feira, dia 16 de setembro das 17h as 18h, falando sobre "O livro eletrônico e o futuro do livro".

Levará ipads para que as pessoas sintam como funciona o e-livro e dissertará sobre o futuro do livro. A sessão é aberta a todos os interessados.

domingo, 12 de setembro de 2010

Exposição sobre Revolução de 1924 na internet

O Arquivo Público do Estado de São Paulo desenvolveu uma exposição virtual
sobre a Revolução de 1924, conflito marcante na história brasileira.


Entre os documentos que serviram de base para esta exposição estão processos criminais instaurados contra os rebeldes após a Revolução de 1924 e cartas dos líderes deste movimento, além de jornais e revistas da época. Esse evento histórico é contado em 9 “salas” repletas de textos e ilustrações.

Esta exposição também oferece 15 atividades pedagógicas que podem ser aproveitadas pelos professores em sala de aula, pois possibilita utilizar fontes históricas para debater este tema com seus alunos.

Acesse:
http://www.arquivoestado.sp.gov.br/exposicao_revolucao

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Todos para o xilindró

O fato ocorreu no dia 4 de janeiro de 1915, na cidade de Jaú, e foi reportado pelo jornal Comércio do Jahu, em sua edição de 6 de janeiro daquele ano.

Consta que os moradores das adjacências do largo do Theatro assistiram a um espetáculo o mais irrisório que um bêbado pode oferecer. Mantive a grafia da época.

"Trata-se do indivíduo Euclides de Oliveira que fortemente enfluenciado pelas libações alcoólicas, divertia-se saltando e rolando pelas ruas da cidade, atrahindo com as suas palhaçadas a attenção de todos os transeuntes e de uma leva de garotinhos que o apupavam em fartas gargalhadas.

Nas proximidades da ponte da rua Major Prado estacionavam-se duas carroças. Em uma dellas, tiradas por cinco burros, o embriagado metteu-se por entre os animaes, confundindo-se com os mesmos e embrullhando-se nas correntes. O conductor que até então permanecia em uma venda próxima, ao ver a iminência de seus animais dispararem e o perigo que corria o inconsciente individuo, exasperou-se e com pragas e phrases coléricas desvencilhou-o das correntes.

Em outra carroça Euclides, possuidor de rara agilidade e de algum exercício eqüestre, firmou um salto formidável, alçando-se por cima dos animaes e cahindo redondamente sentado dentro do vehiculo, com riscos de sérias avarias em suas faculdades. Nesta altura alguém, das muitas pessoas que presenciavam as proezas do bêbado, mais receoso de qualquer excesso por parte do mesmo, telephonou a cadea solicitando duas praças.

A nota duplamente cômica do fato, verificou-se aqui: um dos soldados que compareceram ao chamado achava-se mais bêbado que Euclides e lá se foram, apoiados um no outro, soldado e preso, cambaleando rua acima, apenas auxiliado pelo segundo militar que com difficuldade os conduziu à cadea.
Ali, o digno alferes commandante, parodiando trechos do Conde de Luxemburgo, entoou:
Vamos já pra o xadrez. Todos os três, todos os três. E foram."

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

A capa do CD do Giovanni


quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Giovanni Filippi lança CD AUM

Trabalho foi gravado entre março de 2009 e junho de 2010 e traz 14 composições de Giovanni Filippi, que também faz o vocal, baixo e violão.

O CD Aum reúne rock and roll, pop e baladas, contou com arranjos de Carlos Francischini e tem participação de músicos consagrados, como Dante D'Alonso (sanfona em Pra Quem Amou); Arquimedes Ferreira (Sax em Torre de Babel); Manoel Sabatino Júnior (violão em Chove), Edis Brichesi (guitarra em Festivais), Antonio Barbosa (teclado em Perdidos no Olhar), Ademir Bento (discurso em Cigana).

Disponibilizamos, graças a ajuda da Magê (livrariaeletronica.blogspot.com), as músicas para os leitores conhecerem as composições de Filippi. Para fazer o download, basta clicar sobre os nomes das músicas.

Aqui, também, o endereço do blog do Giovanni: www.giovannifilippiaum.blogspot.com

Ao amigo Giovanni, sucesso.





1 - Água Viva

2 - Torre de Babel

3 - Pra Quem Amou

4 - Perdidos no Olhar

5 - Não Quero Mais Você

6 - Flecha do Tempo

7 - Festivais

8 - Debaixo do Sol

9 - Crianças

10 - Cigana

11 -Chove

12 - Aum

13 - Anjos

14 - Vil Metal

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Site de prevenção do câncer bucal

Está disponível para a população no portal da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) um hotsite educacional sobre câncer bucal, com orientação sobre fatores de risco, diagnóstico precoce, prevenção e também com um vídeo sobre a técnica de autoexame. O serviço é complementado com indicação de locais de atendimento gratuito no estado de São Paulo.

No Brasil, a estimativa 2010 é de 10.380 novos casos de homens com câncer bucal e 3.780 mulheres. Segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA), trata-se da 5ª doença cancerígena que mais afeta os homens e a 8ª entre as mulheres.

Site educacional de prevenção do câncer bucal: www.cancerbucal.unifesp.br/autoexamebucal.html

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Frase

"A falha em se comunicar corretamente abre um vácuo que é ocupado pela maldade, pela desinformação e pela bobagem."

C. Northcote Parkinson

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Pesquisa revela que população confia mais nas Forças Armadas

Com 63% de respostas positivas, as Forças Armadas é a instituição mais digna de confiança por parte da população, segundo o Índice de Confiança na Justiça (ICJBrasil), da Escola de Direito de São Paulo da Fundação Getulio Vargas (DIREITO GV).

A sondagem procurou saber como estava a popularidade do Judiciário frente a outras instituições e constatou que a sua posição não é confortável. Com apenas 33% das respostas, o Judiciário ganha apenas do Congresso Nacional (28%) e dos partidos políticos, quando se pergunta se os entrevistados confiam ou não nas instituições.

As outras respostas foram: grandes empresas (54%), Governo Federal (43%), emissoras de TV (42%), imprensa escrita (41%), Polícia (38%) e Igreja Católica (34%).


quinta-feira, 29 de julho de 2010

O Jahú em 1900


Por iniciativa do empresário Hamilton Chaves, o livro O Jahú em 1900, de Sebastião Teixeira, foi reeditado e será lançado no dia 6 de agosto, às 20h, na sede do Rotary Clube de Jaú. A obra foi originalmente escrita entre agosto de 1899 e setembro de 1900. A reedição mantém a grafia original. O custo de cada livro será R$ 35.

Frase

"Há na existência dos escritores fatos comuns, do viver quotidiano, que todavia exercem uma influência notável em seu futuro e imprimem em suas obras o cunho individual."

José de Alencar

terça-feira, 20 de julho de 2010

Moleque Indigesto


Quando estou a escrever no escritório que montei em casa, sobre a velha mesa que compunha o mobiliário de outro escritório, o de meu pai, invariavelmente me vem à mente a imagem do genitor. Sinto uma saudade que não arrefece e as lembranças se apresentam, cheias de ternura, carregadas por momentos singelos.

Caso passe longe a doença de Alzheimer, jamais esquecerei, por exemplo, do pai versejando, rimando aleatoriamente palavra e outra, cantando modinhas, como Moleque Indigesto, marchinha de Lamartine Babo, gravada na RCA Victor em 1933 por Carmem Miranda e pelo próprio Lamartine.

A primeira vez que ele cantou, perguntei imediatamente o que significava fumar a Yolanda, fosse quem fosse a distinta, ao que pacientemente ele explicou tratar-se da marca de um cigarro muito popular no passado. Com o perdão dos modernos, compartilho com os leitores letra e gravação original.


Moleque indigesto

Eta, moleque bamba!
Pega a cabrocha
Pisca o olho e cai no samba

Esse moleque, sabe ser bom
Faz o "footing", lá no Leblon
Bebe, joga, fuma Yolanda
Toca trombone na banda

Esse moleque, é de encomenda
Já foi vaqueiro numa fazenda
Pega, pega, como ninguém
Aquelas vacas de cem

Esse moleque, é bom rapaz
Tem um defeito, come demais
Come! Come! Não deixa resto
Oh! Que moleque indigesto!

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Ventania

Está uma ventania danada no Jaú, dessas de vergar árvores novas e ameaçar as já formadas. Vento de rajadas, que faz uivar as janelas. Noite de vento, noite dos mortos, dizia a velha Bibiana, personagem da saga de Érico Veríssimo, em O Tempo e o Vento.

Aqueci-me na churrasqueira. Vez em quando me arrisco também a assar as carnes ao calor da brasa. Churrascada estritamente familiar. Léa, já sem a tipóia, preparou gostoso vinagrete, temperou as coxinhas das asas de frango, que foram para a grelha. Botei no espeto os corações, a linguiça, o miolo de alcatra. A picanha deixamos para queimar outro dia.

Fui provando um tanto de tudo, de modo a ver se estava no ponto. Ao servir, já estava empachado, mas acompanhei. Eita! Ao depois veio a caipirinha, que a cachaça na ventaneira só faz bem ao corpo e torna o mundo mais interessante. Trini Lopes, Léa e Maria Eugênia cantam Quiçás, quiçás, quiçás.

Momentos como esse fazem a aventura de existir valer a pena, apesar do caos, dos políticos, da violência, da carestia, da falta de cortesia, dos reveses. É na cumplicidade, na simplicidade, na desafetação que as coisas acontecem.

Dissabores vêm e vão com o vento. Há um ditado que reputo chulo, mas muito pertinente e que transcrevo, com o perdão dos puritanos. "Se a vida lhe der as costas, passe a mão na bunda dela." O negócio é aproveitar, porque a dita cuja é uma só.

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Essa Internet!


quarta-feira, 14 de julho de 2010

Passar roupas é uma ciência


Passar as roupas a ferro é uma ação que exige do principiante mais que iniciativa: requer paciência monástica e alguns ansiolíticos.

De primeiro parece simples. É só esticar a peça na tábua de passar e deixar o ferro fazer o resto, com um impulsinho do braço. Empiricamente descobri que a coisa não é bem assim.

Um acidente doméstico da consorte levou-me à lavanderia, de forma a ajudar nos afazeres. Léa sofreu uma queda e fraturou o cotovelo esquerdo, que precisa ficar imobilizado três semanas. Achei mais que justo dar uma força, especialmente pelo fato de ter coincidido com minhas férias.

Em meu primeiro dia na lavanderia, consegui passar alguns lenços e guardanapos sem problema. Os lençóis me deixaram um pouco atrapalhado, com uma ponta de irritação a emergir e sombrear meu ânimo solidário e participativo.

No segundo dia, ao arriscar outras peças, foi um desastre. Queimei a capa de uma almofada, provoquei um furo em minha própria calça jeans, tostei a parte superior de uma camisa social e desliguei o ferro antes que sobreviesse coisa pior.

Fui desabafar com a Léa, meio choramingueiro, sob o argumento de que não tinha mesmo jeito para essas coisas, digamos assim, mais afeiçoadas ao cotidiano feminino. Sou de uma geração que ouviu dos pais que cozinha não era lugar de homem e outras máximas do gênero. Lavanderia, então, era um espaço que em minha infância e juventude só conhecia de longe, quando ia chamar a Rita para dar algum recado.

Mas Léa é persuasiva e argumentos eivados por machismo não costumam funcionar em casa, de forma que retornei a ação, mas minhas tentativas não foram muito frutíferas. Quando passava a parte interna da camisa, onde ficam os botões e as casas, amassava outra parte. Aquela região camisal que fica logo abaixo do colarinho é terrível.

Em vários momentos pensei em arremessar aquela instrumento contra a parede e sentar-me junto ao Otto, nosso cão, para derramar-me em lágrimas, mas me contive. Mangas e punhos também me tiraram do sério: deslizava o ferro dum lado e inadvertidamente vincava o outro.

Rendo-me. Passar roupa é uma verdadeira arte e nossas mães, tias, esposas, funcionárias merecem a mais alta consideração e respeito. Esse conjunto de conhecimentos adquiridos, historicamente acumulados, que as mulheres tentam transmitir a lorpas como eu, é uma ciência e seu domínio é para poucos.


sábado, 10 de julho de 2010

Registros da posse

Na solenidade de posse, estreando a pelerine em noite inesquecível, aqui fotografado por Léa, esposa e companheira que acompanha minha jornada, venturas e desventuras.


No coquetel, as presenças indispensáveis de Léa e Maria Eugênia, ladeando o escritor e primo José Thomaz Nabuco de Araújo Filho





Academia Jahuense de Letras

A Academia Jahuense de Letras empossou na sexta-feira, dia 9 de julho, seus acadêmicos, em solenidade na escola estadual Caetano Lourenço de Camargo, sucedida por coquetel na sede do Rotary Club.

A academia é presidida pelo professor Adônis Musitano Pirágine, 89 anos, que fez parte da primeira sociedade de letras criada em Jaú, a Academia 12 de Março, fundada em 1937 e ativa por quatro anos. Seu patrono é o escritor Machado de Assis, criador e primeiro presidente da Academia Brasileira de Letras (ABL).


Figurando entre os acadêmicos, ocuparei cadeira que tem como patrona a escritora Hilda Hilst.


Abaixo, a relação de todos os acadêmicos e seus respectivos patronos:


OSVALDO FRANCESCHI JR - TOLENTINO MIRAGLIA


ADÔNIS MUSITANO PIRÁGINE - MACHADO DE ASSIS

ADIB GERALDO JABUR - DAVID NASSER

ADÃO LEVORATO - MARIA DEZONNE P. FERNANDES

MARA SILVIA MUNHOZ BERNINI - RUI FERRAZ COSTA

CARLOS EDUARDO MONTE - SAUL GALVÃO

DIRCEU BARBOSA - JOSÉ RAPHAEL TOSCANO

VIVIAN RENATA MAGALHÃES - NILSEN KUNTZ NAVARRO

ANTONIO FAIS - SEBASTIÃO TEIXEIRA

ISMAR DE PAULA SOUZA - TÚLIO ESPÍNDOLA DE CASTRO

MARIA REGINA CANHOS VICENTIN - ALCIDES BERNARDI

VERA LUCIA DADAMOS - ANTONIO FERREIRA DOS SANTOS JR.

ANA CÉLIA PEREIRA DOS SANTOS - ÁLVARO FLORET E SILVA

ANTENOR ZAGO - DOMINGOS RÚFFOLLO

DINÁ AP. ROSSIGNOLLI SALEM - JOSÉ SALEM NETO

GERSON MENDONÇA NETO - GERSON MENDONÇA

JOSÉ EDUARDO MENDES CAMARGO - NÓBREGA SIQUEIRA

JOSÉ RAPHAEL MUSITANO PIRÁGINE - SALVADOR BORGES

JOSÉ RENATO DE ALMEIDA PRADO - HILDA HILST

JOSÉ T. NABUCO DE ARAÚJO FILHO - BENTO PRADO DE A. FERRAZ JR.

MÁRIO GOBBI FILHO - MÁRIO GOBBI

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Academia Jahuense de Letras empossa membros

Transcrevo parte do texto da jornalista Priscila Donato, do jornal Comércio do Jahu, publicado dia 9 de julho.



A Academia Jahuense de Letras dá posse hoje aos seus 21 acadêmicos, depois de quase um ano de sua fundação, no dia 16 de agosto de 2009. Os nomes dos membros e seus respectivos patronos serão apresentados em solenidade na escola estadual Caetano Lourenço de Camargo, às 20h.

Entre os acadêmicos está o prefeito Osvaldo Franceschi Junior e escritores como Adão Levorato, Dirceu Barbosa e o jornalista do Comércio José Renato de Almeida Prado. A cadeira número 1 da sociedade jauense foi destinada ao criador e primeiro presidente da Academia Brasileira de Letras (ABL), Machado de Assis.

Também são patronos a escritora Hilda Hilst, o filósofo Bento Prado de Almeida Ferraz Junior e o fundador do Comércio, Álvaro Floret e Silva (veja quadro). Vários imortais, aliás, foram colaboradores do jornal, como José Raphael Toscano, Alcides Bernardi e Gerson Mendonça.

segunda-feira, 5 de julho de 2010

UBE na Bienal do Livro

A União Brasileira de Escritores participará da 21ª Bienal Internacional do Livro, promovida pela Câmara Brasileira do Livro, que acontecerá de 12 a 22 de agosto, das 10 às 22 horas, no Pavilhão de Exposições Anhembi, em São Paulo. http://www.bienaldolivrosp.com.br/

A UBE promoverá dois eventos na Bienal do Livro, no Auditório Monteiro Lobato, das 18 às 20:30 horas.
No dia 16 de agosto será realizada a palestra Sexo, Amor e Alma: Direito e Liberdade, que será proferida por Renata Pallottini, com apresentação e mediação de Raquel Naveira.
No dia 18 de agosto acontecerá o evento Erotismo e Poesia. A jornalista Mariza Baur entrevistará o escritor Cláudio Willer.

domingo, 27 de junho de 2010

Vuvuzela


Aquele misterioso instrumento de sopro chamado vuvuzela tem dado o que falar, quer pela experiência singular que provoca no canal auditivo, quer por seu próprio nome, que tem sonoridade típica, distante do comum, embora remeta imaginariamente a situações habituais.

A pronúncia do vocábulo principia a requerer que se faça bico com os lábios nas duas primeiras sílabas, o que por si só já é risível. Tudo bem, falamos vovô, que também exige o mesmo movimento, mas vuvu tem algo inexplicavelmente engraçado. Vuvuzela, então, nem se fala.

Caso não denominasse aquela corneta esquisita, cairia bem a uma peça mecânica, por exemplo, uma contraparente da biela.
"Olha, doutor, o motor está bom. Diferencial está em ordem, disco de embreagem também. O problema era a vuvuzela, mas eu já troquei."

Igualmente soaria familiar a um prato italiano, desses servidos em gostosas e movimentadas cantinas.
"A casa oferece conchiglioni, rondeli, ravioli, tortelone, canelone, capeleti, talharim à putanesca e talharim à vuvuzela."

Pode-se conceber, ademais, o emprego da palavra para descrever ações que comumente se desenrolam entre homem e mulher, seja na alcova ou no escurinho do cinema.
"Haroldo não se aguentava mais. O perfume natural que emanava da pele de Escolástica mexia tanto com seus instintos que alquebraram seu pudor. Passou a xumbregar a moçoila, passeando suas mãos até chegar à vuvuzela".

Em sítios na internet, consta que a origem do nome vuvuzela tem teorias distintas. Um deles, publicado na página eletrônica do diário inglês Mirror, diz que a alcunha vem de uma das línguas oficiais da África do Sul, o zulu, e se traduz por fazedor de barulho (vuvu). Outra versão traz que seu significado seria "celebrem, unam-se", também em zulu.

Em outra página, deparo com uma terceira acepção, a de que vuvuzela em Isizulu, uma das onze línguas faladas na África do Sul, significa “falo comprido para soprar”. A raiz vuvu- significa “soprar” ou “por a boca em algo” e o sufixo -zela denota “objeto comprido e oblongo”. Vai saber, né?

O fato é que aquela corneta de plástico, a senhora vuvuzela, se transformou em uma das maiores polêmicas desta Copa do Mundo e foi alvo de reclamações de jogadores, técnicos e jornalistas. Chegou-se a cogitar que fosse proibida dentro dos estádios, hipótese totalmente descartada por respeito às tradições culturais dos sul-africanos.

Viva a vuvuzela, mexe a vuvuzela, balança a vuvuzela, sacode a vuvuzela! Dá-lhe Brasil!

Frase

"O Brasileiro é o Português - dilatado pelo calor."

Eça de Queirós

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Copa do Mundo

Léa foi a primeira a me dizer: "essa Copa do Mundo está muito esquisita".
Frente à minha costumeira e aparvalhada expressão de indagação, respondeu sentir que a competição havia perdido parte de seu brilho. Nem mesmo os torcedores pareciam envolvidos como de hábito. Tudo muito chocho.

Verdade. O próprio tetracampeão Mário Jorge Lobo Zagallo, com a experiência de seis Copas do Mundo na cacunda, declarou não estar gostando do futebol exibido pelas seleções no Mundial da África do Sul. "O nível técnico está muito baixo. É uma das piores (Copas) da história, pelo menos, que eu tenha visto", disse.

É, está esquisita mesmo. Suíça vence a Espanha, Itália eliminada, Japão jogando bonito, Inglaterra, França e Alemanha decepcionando, Brasil é uma incógnita e por aí vai. O que conta, até agora, é a vuvuzela.

Não entendo muito de futebol. Procuro manter-me minimamente informado sobre alguns times por obrigação profissional, mas quando se trata de Copa do Mundo sempre acompanhei, sem fanatismo ou paixão futebolistica. O Mundial, para mim, está associado a alegria e confraternização.

A primeira Copa da qual me recordo foi a de 1970, disputada no México. Contava apenas seis anos e sou sincero em dizer que não ficou registrado em minha memória alguma partida em particular. O que marcou mesmo foi o entusiasmo, a vibração, a emoção de meu pai a cada gol, a cada vitória ou frente a uma jogada sensacional.

Não me recordo de nada mais gratificante, a uma criança daquela idade, que ver o pai vibrando, gritando o gol, festejando, soltando rojões. Em minha cabeça, a premissa era a seguinte: a Copa traz alegria ao pai, então é boa.

Quando a Seleção chegava à pequena área ou marcava algum gol, sequer perdia meu tempo em olhar para a tela de nossa velha Phillips, imagem em preto e branco. Meus olhos estavam ligados no pai, em como sua expressão passava de apreensiva a esfuziante, nos pulos de alegria que dava. Sua felicidade era meu júbilo.

As Copas que se sucederam não tiveram o mesmo sabor. À medida em que ganhava anos, saia da infância, foi faltando açúcar. A de 1974 ainda acompanhei na casa, ao lado do pai e da mãe. Nas demais, já estava naquela fase a qual chamamos adolescência, assistia na casa de amigos ou primos. A confraternização passou, então, a ser a estrela da competição. Os jogos eram motivos para churrasco, cerveja e carraspana.

O Mundial de 2006 testemunhei ao lado da Léa, assim como o atual. É bom vê-la vibrar. Faz lembrar a alegria do pai.

Para matar a saudade, o tema da Copa de 1970.

terça-feira, 22 de junho de 2010

Apelidos


Hoje vi a Cobra Bonifácia. Estava saindo de uma agência bancária, enquanto eu aguardava na fila. Estudamos juntos durante o primário e, creio, parte do período ginasial. Tinha esse apelido por sobressair pela altura. Era garoto espichado, de ótimo gênio, mas criança não perdoa, logo trata de arrumar cognomes tirados de alguma particularidade e o menino alto virou Cobra Bonifácia, personagem de história em quadrinhos, publicada na década de 1970, se não me engano pela Revista Recreio.

Nessa época - como hoje - era raro algum estudante escapar sem um apelido, normalmente depreciativo. Não se empregava, ao menos no Brasil, o termo bullying, mas se tratava disso. Chamar repetida e intencionalmente alguém de balofo, zarolho, chicletão, pouca-sombra e uma infinidade de outros nomes, que passam pela fauna e flora brasileira, constituem, sim, violência psicológica, ainda que a molecada não atinasse para isso.

Um gordinho de pré-nome Rodrigo virou o Porcodrigo, um seu parelho de pré-nome Sebastião, o Porcobastian, uma garota afrodescendente transformou-se em Tiziu, um míope que usava óculos de grossas lentes, o Galo Cego, outro de largos quadris, o Bunda Big. Certamente nenhum deles apreciava as alcunhas desairosas e, por vezes, racistas.

Com a compleição física que a genética e Deus me deram, não fiquei incólume. Nanico, pintor de rodapé, entre outras designações empregadas para os verticalmente prejudicados me foram dirigidas às carradas. Outros apelidos foram circunstanciais.

Quando minha boca ainda era preenchida por dentição decidual, os chamados dentes-de-leite, aconteceu de certa tarde correr feito um mico na Praça da República, em Jaú, e como macaco que muito pula quer chumbo, espatifei-me no chão, quebrando boa parte dos incisivos centrais superiores, os dentes da frente. Devo ter ficado com a aparência de um roedor, pois o cognome que sobreveio foi Ratinho, que tive de suportar até que resolveram nascer os dentes permanentes.

Outro apelido circunstancial ocorreu por causa de meu finado pai. Enquanto datilografafa, com apenas os dois indicadores, em sua velha Remington, costumava emitir um som peculiar, gutural, parecido com um mugido. Amigos e primos que principiaram frequentar a casa paternal ficaram intrigados com aquele ruido. Tão logo souberam de que se tratava, passaram a zombetear. "Tem um boi aí?" Como invariavelmente saía em defesa do pai, foi a deixa. Virei Boi, Vaca e outros nomes relativos aos bovídeos.

Devo reconhecer que nem sempre figurei apenas como vítima. Fui autor de diversos apelidos dados a amigos e colegas de classe. Era nisso tudo em que pensava pouco depois de deparar com a Cobra Bonifácia, na agência. Os dois estamos ficando turdilhos, com fios brancos assomando as cabeças. Sorri internamente ao lembrar desses anos idos, fixei a vista em sua direção, a modos de cumprimentá-lo. Mas creio que ele não me viu. Ou preferiu não ver.

segunda-feira, 21 de junho de 2010

José Saramago (1922 - 2010)


A viagem não acaba nunca.
Só os viajantes acabam.
E mesmo estes podem prolongar-se em memória,
em lembrança, em narrativa.
Quando o visitante sentou na areia da praia e disse:

"Não há mais o que ver", saiba que não era assim.
O fim de uma viagem é apenas o começo de outra.
É preciso ver o que não foi visto,
ver outra vez o que se viu já,
ver na primavera o que se vira no verão,
ver de dia o que se viu de noite,
com o sol onde primeiramente a chuva caía,
ver a seara verde, o fruto maduro,
a pedra que mudou de lugar,
a sombra que aqui não estava.
É preciso voltar aos passos que foram dados,
para repetir e para traçar caminhos novos ao lado deles.
É preciso recomeçar a viagem.
Sempre.


José Saramago

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Kinando e a vuvuzela

Também no Jahu Clube, o primo Joaquim Fernando Paes de Barros, o estimado Kinando, soprou com competência a vuvuzela, proporcionando sonoridade arrebatadora, semelhada a uma elefanta no cio.

Em ritmo de Copa do Mundo

Assistimos a estreia frouxa da Seleção contra a Coreia do Norte em telão na sede social do Jahu Clube, sucedida por apresentação do músico Dudu Galvão. A partida não trouxe emoção, mas de qualquer forma estar ali, no clube, foi divertido. Demos boas cornetadas com uma tal buzina do barulho, uma lata de buzina a gás aerossol, com uma corneta acoplada. Na foto, Léa, Maria Eugênia e a parente Esther.



terça-feira, 15 de junho de 2010

Cala boca Galvão

Leio em vários sites da internet que a expressão “CALA BOCA GALVÃO” , que ridiculariza o locutor Galvão Bueno, da Rede Globo, alcançou o primeiro lugar entre os temas mais comentados no Twitter em escala mundial.

Diante das dúvidas de usuários estrangeiros do Twitter, que indagavam "quem é Cala Boca Galvao", tuiteiros brasileiros resolveram incrementar e sofisticar a piada, explicando que "cala boca" significaria "salve - salvem", e que "galvão" seria uma espécie de ave em extinção.

Vejam só a criatividade dos brasileiros, clicando no link abaixo. Confesso que não consegui segurar o riso.

http://www.youtube.com/watch?v=bdTadK9p14A

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Outra frase

"A arte existe porque a vida, por si só, não basta"

Ferreira Gullar, poeta

terça-feira, 8 de junho de 2010

Frase

"A higiene não é só a regularização salutar das condições da vida física; nela devem também entrar os fatos da moralidade."

Eça de Queirós

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Consciência Alimentar

A partir de 1º de junho, o Blog AgriculturaSP (agriculturasp.blogspot.com) terá uma página fixa da Coordenadoria de Desenvolvimento dos Agronegócios (Codeagro), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento, que trará temas relacionados à questão de hábitos saudáveis, como promoção da saúde.

Programação do Blog:

1º/6 Manhã - palestrante: Sinézio Jorge Filho, secretário-executivo do Conselho Estadual de Segurança Alimentar e Nutricional Sustentável (Consea). Tema: Sensibilização sobre as Doenças Crônicas Não-Transmissíveis (DCNT), originárias de uma má alimentação.

2/6 Manhã, às 11 horas (ao vivo) – palestrante: Milene Gonçalves Massaro Raimundo, nutricionista responsável pelo Centro de Segurança Alimentar e Nutricional Sustentável (Cesans). Tema: Curso de Capacitação Alimentar - dicas de como incentivar a adoção de uma dieta saudável entre os familiares.

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Frase

"Um homem só deve falar, com impecável segurança e pureza, a língua da sua terra : - todas as outras as deve falar mal, orgulhosamente mal, com aquele acento chato e falso que denuncia logo o estrangeiro."

Eça de Queirós

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Os Temíveis


O jornalista Mário Schwarz, grande amigo, que pertenceu a Os Temíveis conta que a o grupo participou de diversos concursos de bandas, que reuniam conjuntos de toda a região. Invariavelmente os finalistas eram Os Temíveis e Os Intocáveis. Uma rivalidade saudável acabou por se fazer presente.
Os Temíveis lançaram compacto duplo, chamado de 'S Grass

"Nada a ver com maconha", explica o jornalista. "É que a música que abria o disco era Green Grass, seguida por outras três: When Summer Is Gone, Black Eyes e Eu Daria a Minha Vida.",

Na foto, da esquerda para a direita: Lacerda (cantor), Omar Razuk (baixo), Vadinho (guitarra solo), Zé Marques (guitarra base), Mário Schwarz (teclado) e Odair Magrini (baterista).

"Nos divertíamos muito. Em um desses concursos, ensaiamos bastante e apresentamos um jazz chamado Take Five, composto por Paul Desmond e apresentado pelo The Dave Brubeck Quartet, com compassos difíceis e distintos. Ensaiamos na certeza de uma vitória tranquila, mas acabamos perdendo para Os Intocáveis, que venceram com uma música da moda, mixuruca, chamada El Presidente, do Herb Albert."

Mário envia os endereços eletrônicos para que cada um tire sua própria conclusão.



2 - A dos Intocáveis, mixuruquinha.
"El Presidente"
http://www.youtube.com/watch?v=VTcbTlmbHVk



Os Bons

Algumas curiosidades relatadas pelos entrevistados para o texto sobre Os Míopes acabaram ficando de fora, em vista do espaço disponível na edição do jornal.
Transcrevo aqui parte do relato de José Américo Pascoli, sobre a fase embrionária do grupo.

Em data que não sabe precisar, Páscoli diz que houve uma das famosas festas no anfiteatro do Instituto de Educação Caetano Lourenço de Camargo. Ele e Omar Razuk foram convidados a tocar alguma coisa no evento.

"Mas a nossa música instrumental não era adequada para esse evento, então resolvemos formar um conjunto vocal denominado "Os Bons" (Omar, José Américo, Wilson Abud, Celso Kuntz Navarro, João Otávio. . . acho que foram só esses os integrantes). O conjunto fez muito sucesso, mas ficou só nessa apresentação. Na realidade, o Omar era um músico de grande talento, com uma capacidade impressionante de "tirar" músicas de ouvido, só que ele gostava mais das músicas instrumentais. Aí ele teve a idéia de montar uma banda completa, com todos os instrumentos utilizados na época. Então foi convidado o João "Caveira" para a bateria, o Luizão para o Saxofone, o Oswaldo para o baixo e o Paulo para a guitarra base. O Omar era o líder da banda e tocava a guitarra solo e eu tocava a guitarra de acompanhamento."
Nascia Os Míopes

Os Míopes


Reproduzo no blog texto de minha autoria publicada no sábado, na coluna Nossa História, do jornal Comércio do Jahu. As fotos foram enviadas por José Américo Pascoli.

Os Míopes: sucesso dos anos
60 e precursores das bandas

No início da década de 1960, um grupo de jovens apreciadores de Bossa Nova e beach rock se uniu para formar uma das mais conhecidas bandas musicais da época: Os Míopes, que agitaram as noites de Jaú e região em suas apresentações em clubes e programas radiofônicos. O conjunto se desfez em 1966 e alguns de seus integrantes se dividiram e montaram outras duas bandas que também alcançaram grande repercussão: Os Intocáveis e Os Temíveis.

A história de Os Míopes, segundo um de seus integrantes, o engenheiro José Américo Pascoli, se confunde com as aulas de violão ministradas pelo professor Manoel Sabatino. “A maioria dos alunos do professor queria aprender os acordes dissonantes da Bossa Nova, que estava no auge, e havia outros que nem eram alunos de violão, mas que gostavam de comparecer às aulas para tocar, dentre esses, eu o Omar Razuk”, recorda.

Pascoli diz que gostavam do beach rock da banda paulista The Jet Blacks, que era cover da banda americana The Ventures. “Nos intervalos das aulas, que eram irradiadas ao vivo pela Rádio Jauense, PRG-7, o Omar solava no violão algumas dessas músicas e eu fazia o acompanhamento no meu violão.”

“O Omar era músico de grande talento e teve a ideia de montar uma banda completa, com todos os instrumentos utilizados na época”, conta. Convidaram João Augusto Ribeiro Campana (João Caveira) para a bateria, Luizão para o saxofone, Oswaldo para o baixo e o Paulo Fraccaro para a guitarra-base. “O Omar era o líder da banda e tocava a guitarra solo e eu tocava guitarra de acompanhamento.” Era a formação do grupo.

Na garagem

Pascoli relata que no início as guitarras eram fabricadas pelos irmãos Capelozza. Com a banda formada, ensaiavam duas vezes por semana, na garagem da casa de um dos integrantes, e foi nessa etapa que se deu a discussão sobre o nome que a banda deveria ter. “Foram sugeridos muitos nomes em inglês, mas, como todos os componentes usavam óculos, alguém falou Os Míopes, e o nome acabou pegando.”

Os Míopes passou a tocar em bailes realizados em clubes de Jaú e cidades da região. Chegou a se apresentar no Programa JR e a Juventude, da extinta TV Tupi. “O Miguel Sancinetti Neto era o empresário do grupo e conseguiu uma vaga para a banda, coisa muito difícil”, recorda. A banda também realizou uma série de programas ao vivo no auditório da Rádio Jauense, nos fins de semana. Em 1966, como a maioria dos integrantes se formou no colegial, a banda se desfez. Omar Rasuk se uniu a outros músicos em outra banda: Os Temíveis. E João Augusto Ribeiro Campana acabou ingressando em Os Intocáveis.

Os Temíveis foi formado em 1966 e, segundo o jornalista Mário Schwarz, que entrou para o conjunto, como tecladista, no ano seguinte, era integrado por Vadinho (guitarra solo), José Marques (guitarra base), Omar Rasuk (baixo), Odair Magrini (baterista) e Lacerda (vocal). “Em 1968 gravamos um compacto duplo na gravadora Fonograma, de São Paulo”, lembra. O conjunto também se apresentava em clubes, programas de rádio e na TV Bauru, tocando todos os gêneros musicais, de rock a valsa. “O dinheiro que ganhava, gastava todo em discos e equipamentos musicais”, conta. The Ventures e The Shadows eram as inspirações.

Formação

O conjunto Os Intocáveis também nasceu em 1966, tendo em sua formação inicial o baterista Sérgio de Souza Gomes, Durval Fiorelli na guitarra solo, João Di Chiachio na guitarra base, Alberto Francisco de Castro Piragine na guitarra, João Antonio Martinez no baixo e José de Oliveira no piston.
“Tocávamos em brincadeiras dançantes e mais tarde passamos a nos apresentar em clubes de Jaú, região e em outros Estados”, recorda Fiorelli. “Fizemos uma turnê em várias cidades do Paraná. Com o dinheiro comprei uma geladeira e um fogão para meu enxoval.” (JRAP)


Dia do Café

Hoje, 24 de maio, comemoramos o Dia Nacional do Café.

A data foi incorporada ao Calendário Brasileiro de Eventos em 2005, por sugestão da Abic – Associação Brasileira da Indústria de Café.

Atualmente, o Brasil é o maior produtor mundial, sendo responsável por 30% do mercado internacional, volume equivalente à soma da produção dos outros seis maiores países produtores.

domingo, 23 de maio de 2010

Ainda sobre a Rita


















Em derradeira homenagem à Rita Pinto, que recentemente desencarnou, duas fotos enviadas pela prima Dira Toledo Barros, que também assina o texto.
Na foto mais antiga, Rita é a da esquerda e segura nos braços outra prima, a Ana Vitória (Tóia). Ao lado, estão os primos Sebastião Toledo Barros Neto, Dira Toledo Barros e Nancy.
A outra foto traz Rita em um de seus momentos: de paz com a vida!

Nossa...! Qta saudade eu vou sentir dessa minha amiga.
Meu Deus...Que criatura especial...Um anjo da guarda.
Ela se foi...e eu estou calada....encolhida...
Vou sentir saudades...pro resto de minha vida.
Nunca vi ser humano mais bondoso...mais leve.
Mais suave e doce.Tão querida... Nunca vou conhecer alguém, tão especial...q mexia c a gente através da puresa e da bondade. Que trabalhando...aprendeu ...o que era bom na vida...
Filé mignon...e champinhom...aspargos...etc...Peixe assado...inteirinho!!!
Sempre regado a uma cervejinha...Festa...não perdia uma... Ia em todas..e se deliciava...
Chegava sempre caidinha...
Mas sinto um consolo. Nunca terei um velório desse, muito chique, muitos amigos...
E todo mundo sentindo fundo, chorando, parentes de fora, amigos eternos...
Carregando o caixão, dois filhos meus, lindos. Mais os primos, o Oscar e Tito.
A Tutu debuiou de tanto chorar...Uma amiga dessa...nunca mais haveremos de encontrar.
O motorista de taxi dela chorava de comover. Que ser humano especial eu perdi hoje.
Nós perdemos. A vida só é boa porque encontramos seres assim. Porque com elas aprendemos os maiores valores da vida. O amor e a simplicidade, a bondade infinita e a prontidão.
Ela levou flores do meu jardim...perto do coração dela...Isso me tranquiliza...e me cala. (Dira Toledo Barros)









quarta-feira, 19 de maio de 2010

Eita cidade linda, sô!

Imagem belíssima de Jaú na década de 20 mostra a beleza das edificações. Reparem no poste de iluminação pública. Linda cidade. Lamentável que tantos prédios tenham sido deitados por terra.

domingo, 16 de maio de 2010

Até qualquer hora, Rita


Rita se foi.


Mantinha a face serena enquanto pranteada por amigos e conhecidos. Era benquista e conquistou lugar no coração de todos quantos a conheceram.

Trabalhou como funcionária doméstica na casa de meus pais por muito tempo, nem sei quanto exatamente. Talvez 25 ou 30 anos.

Acompanhou-me desde a infância à vida adulta. Possuidora de enorme criatividade, tinha grande talento inventivo para as brincadeiras. Quando via a criançada meio entediada, tratava logo de aprontar alguma para que todos se divertissem.

Jamais esqueço as férias, em sucessivos julhos, que passávamos na fazenda de meus avós. Rita nos punha a catar abóboras, desenhava com a faca caretas nos frutos e à noite, no terreiro, dispunha-as nas muretas com velas acesas em seu interior. Cenário perfeito para histórias de assombração.

Uma noite deparamo-nos com um sapo enorme. Rita perguntou se já tínhamos visto um bicho daqueles fumando. Diante da negativa, arrumou com um colono o cigarro e cuidadosamente botou na boca do sapo. Rita tinha dessas.

Esteve a nosso lado em horas felizes, em horas difíceis. Ajudou sobremaneira minha mãe, especialmente depois que ela foi vítima de uma isquemia cerebral que comprometeu parte dos movimentos.

Foi mais que uma funcionária; foi amiga, enfermeira e um pouco mãe também.
Transcendeu.

Abaixo, uma pequena homenagem póstuma. Uma das crônicas publicadas em meu livro Prosa Fiada, em que cito a Rita, que também era exímia cozinheira.

O velho quintal (em homenagem à Rita Pinto)

Os torós que quase nos fizeram criar mofo, e transformaram várias ruas da cidade em riachos, atentaram contra a eficiência dos ralos da residência onde habita minha família. A cada chuvarada, era um corre-corre danado, porque os bichinhos não davam conta de escoar tamanho volume de água. Corredores com pisos frios, tempos modernos. Às vezes sinto saudades do quintal de minha infância.

O quintal da minha meninice tinha muita terra, grama, um galinheiro ao fundo, um pé de limão-galego, outro de fruta-do-conde, duas frondosas goiabeiras, roseiras e outras tantas plantas ornamentais das quais os nomes me escapam à lembrança. Havia também moitas de erva-cidreira, usadas por minha mãe, dona Therezinha, no preparo de chás deliciosos, que serviam para combater resfriados, febres e dores de cabeça.

Bem-te-vis, pardais, coleirinhas e anus se banqueteavam a trecheio com as frutas, taturanas, centopéias, minhocas, tatuzinhos, e um sem-número de pequenos insetos que viviam no gramado. De quando em vez, aparecia um e outro sapo para fazer uma boquinha, deixando maluca nossa brava fox paulistinha, Tuca, que era exímia caçadora de camundongos, batráquios e lagartixas.

Tinham as goiabeiras duas variedades de frutas: a goiaba branca e a vermelha, comumente a preferida entre a criançada. Os galhos daquelas árvores, em autêntico exercício de imaginação, já foram cipoal amazônico, o Monte Everest, castelo medieval e até um planeta inóspito. Para as crianças, tudo é possível.

Certa vez, defendendo o Forte Álamo lado a lado a Davy Crockett, espalmei acidentalmente uma colméia e quase todo o cortiço melífero saiu em meu encalço, trazendo-me de volta à realidade com doídas ferroadas, que me fizeram despencar dos galhos feito goiaba podre. Era a vitória dos mexicanos.

As goiabeiras eram também meu refúgio. Toda vez em que aparecia em casa o farmacêutico – o que significava invariavelmente ter de arriar as calças para pungentes injeções -, eu trepava no mais alto dos galhos e só descia ao cair da noite. Com exceção de Maria Heloísa, prima que tinha uma invejável agilidade, nada e ninguém conseguia me tirar de lá.
No quintal havia um quarador onde se punha a roupa a alvejar. Quando não estava servindo a esse propósito, costumava utilizá-lo como banca para as rinhas de saúvas ou para minhas experiências químicas. Com produtos escolhidos aleatoriamente na lavanderia, fazia as misturas mais insólitas possíveis, que ora resultavam em um absolutamente nada malcheiroso, ora chegavam a borbulhar, o que era o efeito desejado.

Era também sobre o quarador que me postava como fiel espectador toda vez em que Rita, nossa cozinheira, se aventurava a capturar um frango para o almoço dominical. Lá ia ela bamboleando pra cá, se esquivando de lá, num vai-e-vem entre os arbustos, até conseguir pegar o galináceo arredio. Como a sentença já era conhecida, Rita só fazia era executá-la. Assumindo ares nobres de samurai, esticava o pescoço da ave, conferia o gume da velha faca de cozinha e zás. Golpe certeiro. E eu ficava embasbacado ao ver que, mesmo separado de sua cabeça, o corpo do frango ainda se convulsionava freneticamente.

Creio que os jovens de hoje nunca tenham visto um quarador, nem saibam do que se trata. Mas eles existiram, juro, fui testemunha disso!

Quando chovia, ah, que delícia, o quintal ficava que era um lamaçal só. A criançada ia chafurdar no chão, usar da lama para riscar na face pinturas indígenas, coisas de moleque. Como era bom o cheiro de terra molhada. Água deitando borrifos nas folhas, no gramado, regando as raízes das goiabeiras, alimentando o lençol freático, escoando pelo solo em seu rumo natural, sem cimento, nem ralos.

sábado, 8 de maio de 2010

Queimadas urbanas

As queimadas urbanas constituem uma das maiores imbecilidades que um munícipe pode perpetrar.

A pretexto de limpar terrenos baldios, proprietários ou alguém a serviço deles ateiam fogo no mato seco, sem a mínima cerimônia. A fuligem resultante cai sobre nossas cabeças e quintais.

Não bastasse a poluição, as chamas põem em risco residências circunvizinhas e, não raro, precisam ser debeladas por soldados do Corpo de Bombeiros.

Em Jaú, esses incêndios em terrenos têm sido frequentes, especialmente nos meses de outono e inverno, quando cessa de chover. Falta de civilidade dos donos dessas áreas, que devem ser denunciados e sentir no bolso multas daquelas bem pesadas para ver se aprendem.

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Frases

"Experiência é quando renunciamos aos erros da juventude para substituí-los pelos da idade."

(Ambrose Bierce)


Mulheres Escritoras

O Sesc São Paulo, na Vila Mariana, promove nos dias 4, 5 e 6 de maio, a III Jornada Internacional de Mulheres Escritoras, com apoio da União Brasileira de Escritores (UBE).

O evento contará com a presença, em sua abertura, da escritora Lygia Fagundes Telles.

Mais informações pelo telefone (11) 5080-3000

quinta-feira, 29 de abril de 2010

Vinícius de Moraes

A poesia completa de Vinícius de Moraes está disponível de graça na internet, 40 anos antes de passar para o domínio público.
A ação foi concretizada por meio da liberação dos direitos autorais pela família do poeta e a realização do projeto ficou a cargo da Biblioteca Brasiliana USP.

O trabalho foi feito a partir de acervo doado pelo bibliófilo José Mindlin, recentemente falecido.