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segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Gengibrando

Li, recentemente, que o jornalista Ricardo Kotscho tentou, mas perdeu sua luta contra o vício do tabagismo. É uma batalha ingloria. Já ensaiei parar de fumar por diversas vezes. Em um tentame, consegui ficar 90 dias sem prender fogo num cigarro. Quase endoidei.
Para controlar a vontade de engolir fumaça, passei a mastigar pedaços de gengibre (Zingiber officinale) planta herbácea da família das zingiberáceas, muito popular como ingrediente do quentão. Comprava nessas casas de produtos naturais e, por algum tempo, fui tenteando. Na verdade, virei bicho-do-mato: não saia, não consumia nada alcoólico e dispensei um sem número de churrascos. A crise de abstinência me abateu sob a forma de pesadêlos e insônia. Também suava em profusão e minha irritabilidade chegou a níveis intolerantes.
Quando o fôlego já havia melhorado e o cheiro de cigarro passou a me incomodar, inferi que estava forte o bastante para sair da caverna. Meu retorno à noite se deu em companhia do amigo e ex-editor Mário Schwarz, grande figura, boníssima prosa e fumante. O resto é previsível. Fui gente até o quinto copo de cerveja. Olhei para o Mario, pedi-lhe um dos seus, que ele, sabendo da situação, negou, mas diante de tanta insistência acabou cedendo. Pronto. No dia seguinte, já estava de volta ao vício, com fúria titânica.
Não desisti da idéia de tentar parar novamente. Estou naquela perigosa idade do enfarto, 44 anos, sabe como é, né? Sem contar que os fumantes somos hoje olhados até com certa repugnância pelos outros viventes, fato que não me agrada nenhum pouco, confesso. Só não tomei a iniciativa ainda porque estou a estudar que outro vício porei no lugar do tabagismo, para não sentir nenhum vazio na alma.

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