terça-feira, 20 de dezembro de 2011
Frase
Olavo Bilac
sábado, 15 de outubro de 2011
A mulher
Vendia cosméticos em domicílio, trabalho que lhe rendeu uma coleção enorme de amizades e bons tostões no decurso dos anos. Houve, então, que as donas de casa, aquelas mulheres gentis sempre prontas a recebê-la e tomar informações sobre os rouges, os pós-de-arroz, batons e esmaltes, foram desaparecendo como por encanto.
Ultimamente, em suas manhãs e tardes, deparava com casas vazias. Agastava os dedos nas campainhas, mas as moradoras não mais atendiam. Onde foram parar? Não raro, a porta era aberta por um homem, que tratava de dispensá-la de pronto, sob a alegação de que sua mulher não se encontrava, estava a trabalhar. Estranhou, mas persistiu até quanto foi possível.
Em um final de tarde, num dia que retornava à casa sem ter vendido ao menos um vidro de esmalte, sentiu-se abater por um desalento incomensurável. Foi quando tudo se deu.
Sentiu o chão faltar, como se seu corpo não tivesse peso e pairasse. Fez a passagem. Não, não foi o desencarne. Atravessou o portal para onde vão os desestimados, os esquecidos, os deslocados, as gentes que perderam as funções. Uma existência paralela, que há aqui, a meu lado, ao seu, sem ocupar o mesmo espaço, mas que a maioria não se dá conta. Por falta de interesse. Ou de tempo. Ou os dois.
A mulher deparou com outras pessoas, uns atônitos tais como ela; outros tantos repetiam gestuais ou executavam trabalhos, aos quais se entregavam quando viviam do outro lado. Estavam lá os braçais que limpavam as ervas das frinchas dos paralelepípedos, os carroceiros que entregavam pão, leite e miúdos de frango, os vendedores de enciclopédias, amoladores de facas e tesouras, ferradores, seleiros, beijueiros, gentes as quais o mundo moderno pôs de lado, sem piedade.
A sua frente, do nada, brotou um engraxate. A seu lado, surgiu um vendedor de raspadinha. Mais adiante, o homem do algodão doce, o sapateiro, a quituteira. A mulher passou a se dar conta de que não avistava mais esses trabalhadores em seu cotidiano de há tempos.
De primeiro, chorou. Tantos haviam desaparecido, sem que sentisse falta, até que ela mesma viesse engrossar a lista. Sentiu saudades de um mundo que deixara de ser. Quanta cegueira. Como não se apercebera que ninguém mais lhe tentava persuadir, à porta, a comprar a Barsa, a coleção de Monteiro Lobato? O que foi feito de tudo? Onde estariam as crianças que passavam pedindo jornais, fios de cobre e garrafas vazias? Até os chamados tipos populares se haviam extinguido!
A mulher lembrou-se de quando as vizinhas se conheciam e travavam conversas sobre as amenidades da vida, entrevistavam-se sobre receitas culinárias, trocavam uma e outra fofoca, e se sabia haver mútua solidariedade caso alguém viesse a carecer. As famílias costumavam fazer juntas suas refeições e sobrava tempo para que todos pusessem a conversa em dia.
A mulher, então, se apercebeu de que os sentimentos mais nobres que podem reservar às pessoas também se haviam volatilizado. Secou as lágrimas e seguiu, entre os desencontrados, a oferecer de longe em longe seus batons.
(Crônica publicada na edição número 1 da Revista do Comércio, do jornal Comércio do Jahu)
terça-feira, 26 de julho de 2011
Frase
"Deus tem só uma medida a tomar com esta humanidade inútil, afogá-la num dilúvio. Mas afogá-la toda, sem repetir a fatal indulgência que o levou a poupar Noé; se não fosse o egoísmo senil desse patriarca borracho, que queria continuar a viver, para continuar a beber, nós hoje gozaríamos a felicidade inefável de não sermos..."
Eça de Queirós
quarta-feira, 29 de junho de 2011
Um baú de lembranças
O que um pipoqueiro, uma artista, um anarquista e um inventor têm em comum? Pouco, à primeira vista, mas não para o jornalista José Renato de Almeida Prado, que faz estes e outros personagens encontrarem-se nas 318 páginas de seu segundo livro, “Tampa de Baú”. Com lançamento previsto para o dia 8 de julho, a obra traz ainda outras 100 fotografias e em suas duas partes – “As Gentes” e “Os Fatos” – conta um pouco da história da cidade paulista de Jaú desde sua fundação, em 1853, até hoje.
O autor, que se autodefine mais como o repórter que é há mais de 25 anos do que como escritor, usou boa parte das entrevistas e reportagens realizadas para o jornal Comércio do Jahu para compor o livro. Segundo ele, a idéia de “Tampa de Baú” foi reunir fatos históricos e pequenas biografias de quem marcou a memória coletiva da comunidade local.
“A obra se fia em testemunhos, depoimentos, arquivos de jornais e outras publicações”, conta Almeida Prado. Propositadamente, a narrativa dos acontecimentos não está cronologicamente disposta, de modo a permitir ao leitor se deslocar de meados do século 19 a fatos contemporâneos e vice-versa, em um virar de páginas.
O autor
José Renato de Almeida Prado nasceu em São Paulo, SP, em 6 de junho de 1964 e foi criado em Jaú, onde até hoje está radicado. Jornalista e advogado, iniciou sua carreira como repórter em 1986 no jornal Comércio do Jahu, ano em que passou a publicar suas primeiras crônicas e contos.
Trabalhou também como assessor de imprensa de instituições públicas e privadas e, por 15 anos, foi colaborador da revista A Granja, de Porto Alegre.
Membro da União Brasileira de Escritores (UBE) e da Academia Jahuense de Letras, é autor do livro de crônicas Prosa Fiada e Outros Goles, lançado em 2008, na 20ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo.
Serviço
Lançamento do livro “Tampa de Baú”, do jornalista José Renato de Almeida Prado.
Dia 08 de julho, às 20h
Local: sede social do Jahu Clube, à rua Amaral Gurgel, 298 (Centro de Jaú)
Preço: R$ 50,00
Contato com o autor: jraprado@ube.org.br
terça-feira, 21 de junho de 2011
Tampa de Baú
quinta-feira, 2 de junho de 2011
Feira para cervejeiros
quarta-feira, 25 de maio de 2011
quarta-feira, 18 de maio de 2011
Jardim Sensorial
O espaço, que faz parte do Jardim Botânico do IAC, receberá pessoas com e sem necessidades especiais, de todas as idades, que poderão tocar, sentir e cheirar 30 espécies de plantas ornamentais, aromáticas e medicinais.
As plantas estão identificadas com placas que trazem informações científicas, nomes populares e aplicações de cada espécie. Os nomes estão grafados em Braille.
As pessoas poderão tocar todas as plantas, cortar as folhas para sentir o cheiro e saborear as espécies comestíveis. Todo o percurso será acompanhado por monitores não só do IAC, mas também voluntários de diversas instituições como Centro Cultural Louis Braille de Campinas, Instituto Campineiro dos Cegos Trabalhadores, Unicamp e PUC-Campinas.
A visitação estará aberta para pessoas de todas as idades, com ou sem deficiência visual e, principalmente, aos que desenvolvem algum tipo de reabilitação para o portador de necessidades especiais.
O Jardim Sensorial do Jardim Botânico do IAC ficará aberto de segunda à sexta-feira, das 9 às 15h. As visitas devem ser previamente agendadas pelo e-mail comunic@iac.sp.gov.br.
Dor de Cabeça
A editora Summus Editorial já mandou para as prateleiras o livro Viva bem com a dor e a doença - O método da atenção plena (248p., R$ 61,90), de Vidyamala Burch.
A autora apresenta caminhos para aqueles que lidam com a dor, sugerindo alternativas baseadas na meditação e técnicas de respiração que melhorariam a qualidade de vida dos que sofrem com dores crônicas ou estresse da vida diária.
O foco do livro é a dor física, mas as técnicas de atenção plena se aplicam a qualquer tipo de doença. Segundo a autora, elas ajudam a administrar a energia e o cansaço, além de melhorar a qualidade de vida.Sobre a autora
Vidyamala Burch convive com a dor desde muito cedo. Portadora de problemas congênitos na coluna, ela se machucou seriamente durante um treino de salvamento e, alguns anos depois, sofreu um terrível acidente de carro, que a deixou praticamente incapacitada. Obrigada a conviver com a dor diariamente, ela teve reações comuns a todos nós: de início, fingiu que nada acontecera, forçando o corpo até o limite. Depois, procurou fugir do sofrimento, mergulhando em períodos depressivos. Porém, com a dedicação à meditação e ao estudo de técnicas que melhorassem sua relação com a dor, a experiência de Vidyamala aos poucos se transformou. Hoje, ela é uma das maiores especialistas mundiais em meditação, além de fundadora da Breathworks - organização que presta auxílio terapêutico a pessoas que sofrem com dores crônicas ou com o estresse da vida diária.
Atendimento ao consumidor: 11-3865-9890
Site: www.summus.com.brterça-feira, 17 de maio de 2011
Pensão para escritores
O coordenador da Sociedade Argentina de Escritores, o poeta Miroslav Scheuba, justificou de forma lapidar.
"Com a barriga vazia, o escritor não escreve. Como escritores são boêmios, não economizam e acabam sem nada'', completa.
Segundo o texto, a entidade já conseguiu aprovar o projeto em Buenos Aires , em 2009. São 100 escritores beneficiados, que recebem por mês 2.650 pesos -cerca de R$ 1.080.
Entre os requisitos é preciso ter mais de 60 anos, ter se dedicado mais de 20 anos à atividade literária ou publicado mais de cinco livros.
Em 2007 e 2008, respectivamente, morreram os escritores argentinos Ruth Fernández e José Luis Mangieri. Estavam em dificuldades e desamparados, dizem os defensores do projeto.
sexta-feira, 13 de maio de 2011
Frase
Cristovão Tezza, escritor
quinta-feira, 28 de abril de 2011
Prematuros
O lançamento é parte de uma campanha para conscientizar sobre a importância das vacinações, em especial contra o vírus sincicial respiratório, que seria maior causa de internações e mortes entre os prematuros.
O blog também vai incentivar a troca de experiências entre pais. O endereço é www.prematuroimunizado.com.br/blog
sábado, 16 de abril de 2011
Parece que foi ontem
quinta-feira, 31 de março de 2011
Voltei
Frase
sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011
Arquivo Público cria perfil no Facebook
Pelo Facebook, o Arquivo Público dará destaque para as quase 400 mil imagens de documentos do seu acervo que estão disponíveis no site www.arquivoestado.sp.gov.br . Além disso, a instituição irá divulgar suas ações para gestão documental e preservação de acervos no Estado de São Paulo.
Com a criação do perfil no Facebook, o Arquivo Público amplia a sua participação nas redes sociais. Desde maio do ano passado, a instituição também está no Twitter - www.twitter.com/ArquivoPublico
O endereço é www.facebook.com/arquivopublico