A partir de 1º de junho, o Blog AgriculturaSP (agriculturasp.blogspot.com) terá uma página fixa da Coordenadoria de Desenvolvimento dos Agronegócios (Codeagro), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento, que trará temas relacionados à questão de hábitos saudáveis, como promoção da saúde.
Programação do Blog:
1º/6 Manhã - palestrante: Sinézio Jorge Filho, secretário-executivo do Conselho Estadual de Segurança Alimentar e Nutricional Sustentável (Consea). Tema: Sensibilização sobre as Doenças Crônicas Não-Transmissíveis (DCNT), originárias de uma má alimentação.
2/6 Manhã, às 11 horas (ao vivo) – palestrante: Milene Gonçalves Massaro Raimundo, nutricionista responsável pelo Centro de Segurança Alimentar e Nutricional Sustentável (Cesans). Tema: Curso de Capacitação Alimentar - dicas de como incentivar a adoção de uma dieta saudável entre os familiares.
quinta-feira, 27 de maio de 2010
quarta-feira, 26 de maio de 2010
Frase
"Um homem só deve falar, com impecável segurança e pureza, a língua da sua terra : - todas as outras as deve falar mal, orgulhosamente mal, com aquele acento chato e falso que denuncia logo o estrangeiro."
Eça de Queirós
Eça de Queirós
segunda-feira, 24 de maio de 2010
Os Temíveis
O jornalista Mário Schwarz, grande amigo, que pertenceu a Os Temíveis conta que a o grupo participou de diversos concursos de bandas, que reuniam conjuntos de toda a região. Invariavelmente os finalistas eram Os Temíveis e Os Intocáveis. Uma rivalidade saudável acabou por se fazer presente.
Os Temíveis lançaram compacto duplo, chamado de 'S Grass
"Nada a ver com maconha", explica o jornalista. "É que a música que abria o disco era Green Grass, seguida por outras três: When Summer Is Gone, Black Eyes e Eu Daria a Minha Vida.",
"Nada a ver com maconha", explica o jornalista. "É que a música que abria o disco era Green Grass, seguida por outras três: When Summer Is Gone, Black Eyes e Eu Daria a Minha Vida.",
Na foto, da esquerda para a direita: Lacerda (cantor), Omar Razuk (baixo), Vadinho (guitarra solo), Zé Marques (guitarra base), Mário Schwarz (teclado) e Odair Magrini (baterista).
"Nos divertíamos muito. Em um desses concursos, ensaiamos bastante e apresentamos um jazz chamado Take Five, composto por Paul Desmond e apresentado pelo The Dave Brubeck Quartet, com compassos difíceis e distintos. Ensaiamos na certeza de uma vitória tranquila, mas acabamos perdendo para Os Intocáveis, que venceram com uma música da moda, mixuruca, chamada El Presidente, do Herb Albert."
Mário envia os endereços eletrônicos para que cada um tire sua própria conclusão.
Os Bons
Algumas curiosidades relatadas pelos entrevistados para o texto sobre Os Míopes acabaram ficando de fora, em vista do espaço disponível na edição do jornal.
Transcrevo aqui parte do relato de José Américo Pascoli, sobre a fase embrionária do grupo.
Em data que não sabe precisar, Páscoli diz que houve uma das famosas festas no anfiteatro do Instituto de Educação Caetano Lourenço de Camargo. Ele e Omar Razuk foram convidados a tocar alguma coisa no evento.
"Mas a nossa música instrumental não era adequada para esse evento, então resolvemos formar um conjunto vocal denominado "Os Bons" (Omar, José Américo, Wilson Abud, Celso Kuntz Navarro, João Otávio. . . acho que foram só esses os integrantes). O conjunto fez muito sucesso, mas ficou só nessa apresentação. Na realidade, o Omar era um músico de grande talento, com uma capacidade impressionante de "tirar" músicas de ouvido, só que ele gostava mais das músicas instrumentais. Aí ele teve a idéia de montar uma banda completa, com todos os instrumentos utilizados na época. Então foi convidado o João "Caveira" para a bateria, o Luizão para o Saxofone, o Oswaldo para o baixo e o Paulo para a guitarra base. O Omar era o líder da banda e tocava a guitarra solo e eu tocava a guitarra de acompanhamento."
Nascia Os Míopes
Transcrevo aqui parte do relato de José Américo Pascoli, sobre a fase embrionária do grupo.
Em data que não sabe precisar, Páscoli diz que houve uma das famosas festas no anfiteatro do Instituto de Educação Caetano Lourenço de Camargo. Ele e Omar Razuk foram convidados a tocar alguma coisa no evento.
"Mas a nossa música instrumental não era adequada para esse evento, então resolvemos formar um conjunto vocal denominado "Os Bons" (Omar, José Américo, Wilson Abud, Celso Kuntz Navarro, João Otávio. . . acho que foram só esses os integrantes). O conjunto fez muito sucesso, mas ficou só nessa apresentação. Na realidade, o Omar era um músico de grande talento, com uma capacidade impressionante de "tirar" músicas de ouvido, só que ele gostava mais das músicas instrumentais. Aí ele teve a idéia de montar uma banda completa, com todos os instrumentos utilizados na época. Então foi convidado o João "Caveira" para a bateria, o Luizão para o Saxofone, o Oswaldo para o baixo e o Paulo para a guitarra base. O Omar era o líder da banda e tocava a guitarra solo e eu tocava a guitarra de acompanhamento."
Nascia Os Míopes
Os Míopes
Reproduzo no blog texto de minha autoria publicada no sábado, na coluna Nossa História, do jornal Comércio do Jahu. As fotos foram enviadas por José Américo Pascoli.
A história de Os Míopes, segundo um de seus integrantes, o engenheiro José Américo Pascoli, se confunde com as aulas de violão ministradas pelo professor Manoel Sabatino. “A maioria dos alunos do professor queria aprender os acordes dissonantes da Bossa Nova, que estava no auge, e havia outros que nem eram alunos de violão, mas que gostavam de comparecer às aulas para tocar, dentre esses, eu o Omar Razuk”, recorda.
Pascoli diz que gostavam do beach rock da banda paulista The Jet Blacks, que era cover da banda americana The Ventures. “Nos intervalos das aulas, que eram irradiadas ao vivo pela Rádio Jauense, PRG-7, o Omar solava no violão algumas dessas músicas e eu fazia o acompanhamento no meu violão.”
“O Omar era músico de grande talento e teve a ideia de montar uma banda completa, com todos os instrumentos utilizados na época”, conta. Convidaram João Augusto Ribeiro Campana (João Caveira) para a bateria, Luizão para o saxofone, Oswaldo para o baixo e o Paulo Fraccaro para a guitarra-base. “O Omar era o líder da banda e tocava a guitarra solo e eu tocava guitarra de acompanhamento.” Era a formação do grupo.
Na garagem
Pascoli relata que no início as guitarras eram fabricadas pelos irmãos Capelozza. Com a banda formada, ensaiavam duas vezes por semana, na garagem da casa de um dos integrantes, e foi nessa etapa que se deu a discussão sobre o nome que a banda deveria ter. “Foram sugeridos muitos nomes em inglês, mas, como todos os componentes usavam óculos, alguém falou Os Míopes, e o nome acabou pegando.”
Os Míopes passou a tocar em bailes realizados em clubes de Jaú e cidades da região. Chegou a se apresentar no Programa JR e a Juventude, da extinta TV Tupi. “O Miguel Sancinetti Neto era o empresário do grupo e conseguiu uma vaga para a banda, coisa muito difícil”, recorda. A banda também realizou uma série de programas ao vivo no auditório da Rádio Jauense, nos fins de semana. Em 1966, como a maioria dos integrantes se formou no colegial, a banda se desfez. Omar Rasuk se uniu a outros músicos em outra banda: Os Temíveis. E João Augusto Ribeiro Campana acabou ingressando em Os Intocáveis.
Os Temíveis foi formado em 1966 e, segundo o jornalista Mário Schwarz, que entrou para o conjunto, como tecladista, no ano seguinte, era integrado por Vadinho (guitarra solo), José Marques (guitarra base), Omar Rasuk (baixo), Odair Magrini (baterista) e Lacerda (vocal). “Em 1968 gravamos um compacto duplo na gravadora Fonograma, de São Paulo”, lembra. O conjunto também se apresentava em clubes, programas de rádio e na TV Bauru, tocando todos os gêneros musicais, de rock a valsa. “O dinheiro que ganhava, gastava todo em discos e equipamentos musicais”, conta. The Ventures e The Shadows eram as inspirações.
Formação
O conjunto Os Intocáveis também nasceu em 1966, tendo em sua formação inicial o baterista Sérgio de Souza Gomes, Durval Fiorelli na guitarra solo, João Di Chiachio na guitarra base, Alberto Francisco de Castro Piragine na guitarra, João Antonio Martinez no baixo e José de Oliveira no piston.
“Tocávamos em brincadeiras dançantes e mais tarde passamos a nos apresentar em clubes de Jaú, região e em outros Estados”, recorda Fiorelli. “Fizemos uma turnê em várias cidades do Paraná. Com o dinheiro comprei uma geladeira e um fogão para meu enxoval.” (JRAP)
Os Míopes: sucesso dos anos
60 e precursores das bandas
No início da década de 1960, um grupo de jovens apreciadores de Bossa Nova e beach rock se uniu para formar uma das mais conhecidas bandas musicais da época: Os Míopes, que agitaram as noites de Jaú e região em suas apresentações em clubes e programas radiofônicos. O conjunto se desfez em 1966 e alguns de seus integrantes se dividiram e montaram outras duas bandas que também alcançaram grande repercussão: Os Intocáveis e Os Temíveis.
60 e precursores das bandas
No início da década de 1960, um grupo de jovens apreciadores de Bossa Nova e beach rock se uniu para formar uma das mais conhecidas bandas musicais da época: Os Míopes, que agitaram as noites de Jaú e região em suas apresentações em clubes e programas radiofônicos. O conjunto se desfez em 1966 e alguns de seus integrantes se dividiram e montaram outras duas bandas que também alcançaram grande repercussão: Os Intocáveis e Os Temíveis.
A história de Os Míopes, segundo um de seus integrantes, o engenheiro José Américo Pascoli, se confunde com as aulas de violão ministradas pelo professor Manoel Sabatino. “A maioria dos alunos do professor queria aprender os acordes dissonantes da Bossa Nova, que estava no auge, e havia outros que nem eram alunos de violão, mas que gostavam de comparecer às aulas para tocar, dentre esses, eu o Omar Razuk”, recorda.
Pascoli diz que gostavam do beach rock da banda paulista The Jet Blacks, que era cover da banda americana The Ventures. “Nos intervalos das aulas, que eram irradiadas ao vivo pela Rádio Jauense, PRG-7, o Omar solava no violão algumas dessas músicas e eu fazia o acompanhamento no meu violão.”
“O Omar era músico de grande talento e teve a ideia de montar uma banda completa, com todos os instrumentos utilizados na época”, conta. Convidaram João Augusto Ribeiro Campana (João Caveira) para a bateria, Luizão para o saxofone, Oswaldo para o baixo e o Paulo Fraccaro para a guitarra-base. “O Omar era o líder da banda e tocava a guitarra solo e eu tocava guitarra de acompanhamento.” Era a formação do grupo.
Na garagem
Pascoli relata que no início as guitarras eram fabricadas pelos irmãos Capelozza. Com a banda formada, ensaiavam duas vezes por semana, na garagem da casa de um dos integrantes, e foi nessa etapa que se deu a discussão sobre o nome que a banda deveria ter. “Foram sugeridos muitos nomes em inglês, mas, como todos os componentes usavam óculos, alguém falou Os Míopes, e o nome acabou pegando.”
Os Míopes passou a tocar em bailes realizados em clubes de Jaú e cidades da região. Chegou a se apresentar no Programa JR e a Juventude, da extinta TV Tupi. “O Miguel Sancinetti Neto era o empresário do grupo e conseguiu uma vaga para a banda, coisa muito difícil”, recorda. A banda também realizou uma série de programas ao vivo no auditório da Rádio Jauense, nos fins de semana. Em 1966, como a maioria dos integrantes se formou no colegial, a banda se desfez. Omar Rasuk se uniu a outros músicos em outra banda: Os Temíveis. E João Augusto Ribeiro Campana acabou ingressando em Os Intocáveis.
Os Temíveis foi formado em 1966 e, segundo o jornalista Mário Schwarz, que entrou para o conjunto, como tecladista, no ano seguinte, era integrado por Vadinho (guitarra solo), José Marques (guitarra base), Omar Rasuk (baixo), Odair Magrini (baterista) e Lacerda (vocal). “Em 1968 gravamos um compacto duplo na gravadora Fonograma, de São Paulo”, lembra. O conjunto também se apresentava em clubes, programas de rádio e na TV Bauru, tocando todos os gêneros musicais, de rock a valsa. “O dinheiro que ganhava, gastava todo em discos e equipamentos musicais”, conta. The Ventures e The Shadows eram as inspirações.
Formação
O conjunto Os Intocáveis também nasceu em 1966, tendo em sua formação inicial o baterista Sérgio de Souza Gomes, Durval Fiorelli na guitarra solo, João Di Chiachio na guitarra base, Alberto Francisco de Castro Piragine na guitarra, João Antonio Martinez no baixo e José de Oliveira no piston.
“Tocávamos em brincadeiras dançantes e mais tarde passamos a nos apresentar em clubes de Jaú, região e em outros Estados”, recorda Fiorelli. “Fizemos uma turnê em várias cidades do Paraná. Com o dinheiro comprei uma geladeira e um fogão para meu enxoval.” (JRAP)
Dia do Café
Hoje, 24 de maio, comemoramos o Dia Nacional do Café.
A data foi incorporada ao Calendário Brasileiro de Eventos em 2005, por sugestão da Abic – Associação Brasileira da Indústria de Café.
Atualmente, o Brasil é o maior produtor mundial, sendo responsável por 30% do mercado internacional, volume equivalente à soma da produção dos outros seis maiores países produtores.
A data foi incorporada ao Calendário Brasileiro de Eventos em 2005, por sugestão da Abic – Associação Brasileira da Indústria de Café.
Atualmente, o Brasil é o maior produtor mundial, sendo responsável por 30% do mercado internacional, volume equivalente à soma da produção dos outros seis maiores países produtores.
domingo, 23 de maio de 2010
Ainda sobre a Rita
Em derradeira homenagem à Rita Pinto, que recentemente desencarnou, duas fotos enviadas pela prima Dira Toledo Barros, que também assina o texto.
Na foto mais antiga, Rita é a da esquerda e segura nos braços outra prima, a Ana Vitória (Tóia). Ao lado, estão os primos Sebastião Toledo Barros Neto, Dira Toledo Barros e Nancy.
A outra foto traz Rita em um de seus momentos: de paz com a vida!
Nossa...! Qta saudade eu vou sentir dessa minha amiga.
Na foto mais antiga, Rita é a da esquerda e segura nos braços outra prima, a Ana Vitória (Tóia). Ao lado, estão os primos Sebastião Toledo Barros Neto, Dira Toledo Barros e Nancy.
A outra foto traz Rita em um de seus momentos: de paz com a vida!
Nossa...! Qta saudade eu vou sentir dessa minha amiga.
Meu Deus...Que criatura especial...Um anjo da guarda.
Ela se foi...e eu estou calada....encolhida...
Vou sentir saudades...pro resto de minha vida.
Nunca vi ser humano mais bondoso...mais leve.
Mais suave e doce.Tão querida... Nunca vou conhecer alguém, tão especial...q mexia c a gente através da puresa e da bondade. Que trabalhando...aprendeu ...o que era bom na vida...
Filé mignon...e champinhom...aspargos...etc...Peixe assado...inteirinho!!!
Sempre regado a uma cervejinha...Festa...não perdia uma... Ia em todas..e se deliciava...
Chegava sempre caidinha...
Mas sinto um consolo. Nunca terei um velório desse, muito chique, muitos amigos...
E todo mundo sentindo fundo, chorando, parentes de fora, amigos eternos...
Carregando o caixão, dois filhos meus, lindos. Mais os primos, o Oscar e Tito.
A Tutu debuiou de tanto chorar...Uma amiga dessa...nunca mais haveremos de encontrar.
O motorista de taxi dela chorava de comover. Que ser humano especial eu perdi hoje.
Nós perdemos. A vida só é boa porque encontramos seres assim. Porque com elas aprendemos os maiores valores da vida. O amor e a simplicidade, a bondade infinita e a prontidão.
Ela levou flores do meu jardim...perto do coração dela...Isso me tranquiliza...e me cala. (Dira Toledo Barros)
quarta-feira, 19 de maio de 2010
Eita cidade linda, sô!
Imagem belíssima de Jaú na década de 20 mostra a beleza das edificações. Reparem no poste de iluminação pública. Linda cidade. Lamentável que tantos prédios tenham sido deitados por terra.
domingo, 16 de maio de 2010
Até qualquer hora, Rita
Rita se foi.
Mantinha a face serena enquanto pranteada por amigos e conhecidos. Era benquista e conquistou lugar no coração de todos quantos a conheceram.
Trabalhou como funcionária doméstica na casa de meus pais por muito tempo, nem sei quanto exatamente. Talvez 25 ou 30 anos.
Acompanhou-me desde a infância à vida adulta. Possuidora de enorme criatividade, tinha grande talento inventivo para as brincadeiras. Quando via a criançada meio entediada, tratava logo de aprontar alguma para que todos se divertissem.
Jamais esqueço as férias, em sucessivos julhos, que passávamos na fazenda de meus avós. Rita nos punha a catar abóboras, desenhava com a faca caretas nos frutos e à noite, no terreiro, dispunha-as nas muretas com velas acesas em seu interior. Cenário perfeito para histórias de assombração.
Uma noite deparamo-nos com um sapo enorme. Rita perguntou se já tínhamos visto um bicho daqueles fumando. Diante da negativa, arrumou com um colono o cigarro e cuidadosamente botou na boca do sapo. Rita tinha dessas.
Esteve a nosso lado em horas felizes, em horas difíceis. Ajudou sobremaneira minha mãe, especialmente depois que ela foi vítima de uma isquemia cerebral que comprometeu parte dos movimentos.
Foi mais que uma funcionária; foi amiga, enfermeira e um pouco mãe também.
Transcendeu.
Transcendeu.
Abaixo, uma pequena homenagem póstuma. Uma das crônicas publicadas em meu livro Prosa Fiada, em que cito a Rita, que também era exímia cozinheira.
O velho quintal (em homenagem à Rita Pinto)
Os torós que quase nos fizeram criar mofo, e transformaram várias ruas da cidade em riachos, atentaram contra a eficiência dos ralos da residência onde habita minha família. A cada chuvarada, era um corre-corre danado, porque os bichinhos não davam conta de escoar tamanho volume de água. Corredores com pisos frios, tempos modernos. Às vezes sinto saudades do quintal de minha infância.
O quintal da minha meninice tinha muita terra, grama, um galinheiro ao fundo, um pé de limão-galego, outro de fruta-do-conde, duas frondosas goiabeiras, roseiras e outras tantas plantas ornamentais das quais os nomes me escapam à lembrança. Havia também moitas de erva-cidreira, usadas por minha mãe, dona Therezinha, no preparo de chás deliciosos, que serviam para combater resfriados, febres e dores de cabeça.
Bem-te-vis, pardais, coleirinhas e anus se banqueteavam a trecheio com as frutas, taturanas, centopéias, minhocas, tatuzinhos, e um sem-número de pequenos insetos que viviam no gramado. De quando em vez, aparecia um e outro sapo para fazer uma boquinha, deixando maluca nossa brava fox paulistinha, Tuca, que era exímia caçadora de camundongos, batráquios e lagartixas.
Tinham as goiabeiras duas variedades de frutas: a goiaba branca e a vermelha, comumente a preferida entre a criançada. Os galhos daquelas árvores, em autêntico exercício de imaginação, já foram cipoal amazônico, o Monte Everest, castelo medieval e até um planeta inóspito. Para as crianças, tudo é possível.
Certa vez, defendendo o Forte Álamo lado a lado a Davy Crockett, espalmei acidentalmente uma colméia e quase todo o cortiço melífero saiu em meu encalço, trazendo-me de volta à realidade com doídas ferroadas, que me fizeram despencar dos galhos feito goiaba podre. Era a vitória dos mexicanos.
As goiabeiras eram também meu refúgio. Toda vez em que aparecia em casa o farmacêutico – o que significava invariavelmente ter de arriar as calças para pungentes injeções -, eu trepava no mais alto dos galhos e só descia ao cair da noite. Com exceção de Maria Heloísa, prima que tinha uma invejável agilidade, nada e ninguém conseguia me tirar de lá.
No quintal havia um quarador onde se punha a roupa a alvejar. Quando não estava servindo a esse propósito, costumava utilizá-lo como banca para as rinhas de saúvas ou para minhas experiências químicas. Com produtos escolhidos aleatoriamente na lavanderia, fazia as misturas mais insólitas possíveis, que ora resultavam em um absolutamente nada malcheiroso, ora chegavam a borbulhar, o que era o efeito desejado.
Era também sobre o quarador que me postava como fiel espectador toda vez em que Rita, nossa cozinheira, se aventurava a capturar um frango para o almoço dominical. Lá ia ela bamboleando pra cá, se esquivando de lá, num vai-e-vem entre os arbustos, até conseguir pegar o galináceo arredio. Como a sentença já era conhecida, Rita só fazia era executá-la. Assumindo ares nobres de samurai, esticava o pescoço da ave, conferia o gume da velha faca de cozinha e zás. Golpe certeiro. E eu ficava embasbacado ao ver que, mesmo separado de sua cabeça, o corpo do frango ainda se convulsionava freneticamente.
Creio que os jovens de hoje nunca tenham visto um quarador, nem saibam do que se trata. Mas eles existiram, juro, fui testemunha disso!
Quando chovia, ah, que delícia, o quintal ficava que era um lamaçal só. A criançada ia chafurdar no chão, usar da lama para riscar na face pinturas indígenas, coisas de moleque. Como era bom o cheiro de terra molhada. Água deitando borrifos nas folhas, no gramado, regando as raízes das goiabeiras, alimentando o lençol freático, escoando pelo solo em seu rumo natural, sem cimento, nem ralos.
O quintal da minha meninice tinha muita terra, grama, um galinheiro ao fundo, um pé de limão-galego, outro de fruta-do-conde, duas frondosas goiabeiras, roseiras e outras tantas plantas ornamentais das quais os nomes me escapam à lembrança. Havia também moitas de erva-cidreira, usadas por minha mãe, dona Therezinha, no preparo de chás deliciosos, que serviam para combater resfriados, febres e dores de cabeça.
Bem-te-vis, pardais, coleirinhas e anus se banqueteavam a trecheio com as frutas, taturanas, centopéias, minhocas, tatuzinhos, e um sem-número de pequenos insetos que viviam no gramado. De quando em vez, aparecia um e outro sapo para fazer uma boquinha, deixando maluca nossa brava fox paulistinha, Tuca, que era exímia caçadora de camundongos, batráquios e lagartixas.
Tinham as goiabeiras duas variedades de frutas: a goiaba branca e a vermelha, comumente a preferida entre a criançada. Os galhos daquelas árvores, em autêntico exercício de imaginação, já foram cipoal amazônico, o Monte Everest, castelo medieval e até um planeta inóspito. Para as crianças, tudo é possível.
Certa vez, defendendo o Forte Álamo lado a lado a Davy Crockett, espalmei acidentalmente uma colméia e quase todo o cortiço melífero saiu em meu encalço, trazendo-me de volta à realidade com doídas ferroadas, que me fizeram despencar dos galhos feito goiaba podre. Era a vitória dos mexicanos.
As goiabeiras eram também meu refúgio. Toda vez em que aparecia em casa o farmacêutico – o que significava invariavelmente ter de arriar as calças para pungentes injeções -, eu trepava no mais alto dos galhos e só descia ao cair da noite. Com exceção de Maria Heloísa, prima que tinha uma invejável agilidade, nada e ninguém conseguia me tirar de lá.
No quintal havia um quarador onde se punha a roupa a alvejar. Quando não estava servindo a esse propósito, costumava utilizá-lo como banca para as rinhas de saúvas ou para minhas experiências químicas. Com produtos escolhidos aleatoriamente na lavanderia, fazia as misturas mais insólitas possíveis, que ora resultavam em um absolutamente nada malcheiroso, ora chegavam a borbulhar, o que era o efeito desejado.
Era também sobre o quarador que me postava como fiel espectador toda vez em que Rita, nossa cozinheira, se aventurava a capturar um frango para o almoço dominical. Lá ia ela bamboleando pra cá, se esquivando de lá, num vai-e-vem entre os arbustos, até conseguir pegar o galináceo arredio. Como a sentença já era conhecida, Rita só fazia era executá-la. Assumindo ares nobres de samurai, esticava o pescoço da ave, conferia o gume da velha faca de cozinha e zás. Golpe certeiro. E eu ficava embasbacado ao ver que, mesmo separado de sua cabeça, o corpo do frango ainda se convulsionava freneticamente.
Creio que os jovens de hoje nunca tenham visto um quarador, nem saibam do que se trata. Mas eles existiram, juro, fui testemunha disso!
Quando chovia, ah, que delícia, o quintal ficava que era um lamaçal só. A criançada ia chafurdar no chão, usar da lama para riscar na face pinturas indígenas, coisas de moleque. Como era bom o cheiro de terra molhada. Água deitando borrifos nas folhas, no gramado, regando as raízes das goiabeiras, alimentando o lençol freático, escoando pelo solo em seu rumo natural, sem cimento, nem ralos.
sábado, 8 de maio de 2010
Queimadas urbanas
As queimadas urbanas constituem uma das maiores imbecilidades que um munícipe pode perpetrar.
A pretexto de limpar terrenos baldios, proprietários ou alguém a serviço deles ateiam fogo no mato seco, sem a mínima cerimônia. A fuligem resultante cai sobre nossas cabeças e quintais.
Não bastasse a poluição, as chamas põem em risco residências circunvizinhas e, não raro, precisam ser debeladas por soldados do Corpo de Bombeiros.
Em Jaú, esses incêndios em terrenos têm sido frequentes, especialmente nos meses de outono e inverno, quando cessa de chover. Falta de civilidade dos donos dessas áreas, que devem ser denunciados e sentir no bolso multas daquelas bem pesadas para ver se aprendem.
A pretexto de limpar terrenos baldios, proprietários ou alguém a serviço deles ateiam fogo no mato seco, sem a mínima cerimônia. A fuligem resultante cai sobre nossas cabeças e quintais.
Não bastasse a poluição, as chamas põem em risco residências circunvizinhas e, não raro, precisam ser debeladas por soldados do Corpo de Bombeiros.
Em Jaú, esses incêndios em terrenos têm sido frequentes, especialmente nos meses de outono e inverno, quando cessa de chover. Falta de civilidade dos donos dessas áreas, que devem ser denunciados e sentir no bolso multas daquelas bem pesadas para ver se aprendem.
segunda-feira, 3 de maio de 2010
Frases
"Experiência é quando renunciamos aos erros da juventude para substituí-los pelos da idade."
(Ambrose Bierce)
Mulheres Escritoras
O Sesc São Paulo, na Vila Mariana, promove nos dias 4, 5 e 6 de maio, a III Jornada Internacional de Mulheres Escritoras, com apoio da União Brasileira de Escritores (UBE).
O evento contará com a presença, em sua abertura, da escritora Lygia Fagundes Telles.
Mais informações pelo telefone (11) 5080-3000
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