Por iniciativa do empresário Hamilton Chaves, o livro O Jahú em 1900, de Sebastião Teixeira, foi reeditado e será lançado no dia 6 de agosto, às 20h, na sede do Rotary Clube de Jaú. A obra foi originalmente escrita entre agosto de 1899 e setembro de 1900. A reedição mantém a grafia original. O custo de cada livro será R$ 35.
quinta-feira, 29 de julho de 2010
Frase
"Há na existência dos escritores fatos comuns, do viver quotidiano, que todavia exercem uma influência notável em seu futuro e imprimem em suas obras o cunho individual."
José de Alencar
José de Alencar
terça-feira, 20 de julho de 2010
Moleque Indigesto
Quando estou a escrever no escritório que montei em casa, sobre a velha mesa que compunha o mobiliário de outro escritório, o de meu pai, invariavelmente me vem à mente a imagem do genitor. Sinto uma saudade que não arrefece e as lembranças se apresentam, cheias de ternura, carregadas por momentos singelos.
Caso passe longe a doença de Alzheimer, jamais esquecerei, por exemplo, do pai versejando, rimando aleatoriamente palavra e outra, cantando modinhas, como Moleque Indigesto, marchinha de Lamartine Babo, gravada na RCA Victor em 1933 por Carmem Miranda e pelo próprio Lamartine.
A primeira vez que ele cantou, perguntei imediatamente o que significava fumar a Yolanda, fosse quem fosse a distinta, ao que pacientemente ele explicou tratar-se da marca de um cigarro muito popular no passado. Com o perdão dos modernos, compartilho com os leitores letra e gravação original.
Moleque indigesto
Eta, moleque bamba!
Pega a cabrocha
Pisca o olho e cai no samba
Esse moleque, sabe ser bom
Faz o "footing", lá no Leblon
Bebe, joga, fuma Yolanda
Toca trombone na banda
Esse moleque, é de encomenda
Já foi vaqueiro numa fazenda
Pega, pega, como ninguém
Aquelas vacas de cem
Esse moleque, é bom rapaz
Tem um defeito, come demais
Come! Come! Não deixa resto
Oh! Que moleque indigesto!
Eta, moleque bamba!
Pega a cabrocha
Pisca o olho e cai no samba
Esse moleque, sabe ser bom
Faz o "footing", lá no Leblon
Bebe, joga, fuma Yolanda
Toca trombone na banda
Esse moleque, é de encomenda
Já foi vaqueiro numa fazenda
Pega, pega, como ninguém
Aquelas vacas de cem
Esse moleque, é bom rapaz
Tem um defeito, come demais
Come! Come! Não deixa resto
Oh! Que moleque indigesto!
sexta-feira, 16 de julho de 2010
Ventania
Está uma ventania danada no Jaú, dessas de vergar árvores novas e ameaçar as já formadas. Vento de rajadas, que faz uivar as janelas. Noite de vento, noite dos mortos, dizia a velha Bibiana, personagem da saga de Érico Veríssimo, em O Tempo e o Vento.
Aqueci-me na churrasqueira. Vez em quando me arrisco também a assar as carnes ao calor da brasa. Churrascada estritamente familiar. Léa, já sem a tipóia, preparou gostoso vinagrete, temperou as coxinhas das asas de frango, que foram para a grelha. Botei no espeto os corações, a linguiça, o miolo de alcatra. A picanha deixamos para queimar outro dia.
Fui provando um tanto de tudo, de modo a ver se estava no ponto. Ao servir, já estava empachado, mas acompanhei. Eita! Ao depois veio a caipirinha, que a cachaça na ventaneira só faz bem ao corpo e torna o mundo mais interessante. Trini Lopes, Léa e Maria Eugênia cantam Quiçás, quiçás, quiçás.
Momentos como esse fazem a aventura de existir valer a pena, apesar do caos, dos políticos, da violência, da carestia, da falta de cortesia, dos reveses. É na cumplicidade, na simplicidade, na desafetação que as coisas acontecem.
Dissabores vêm e vão com o vento. Há um ditado que reputo chulo, mas muito pertinente e que transcrevo, com o perdão dos puritanos. "Se a vida lhe der as costas, passe a mão na bunda dela." O negócio é aproveitar, porque a dita cuja é uma só.
Aqueci-me na churrasqueira. Vez em quando me arrisco também a assar as carnes ao calor da brasa. Churrascada estritamente familiar. Léa, já sem a tipóia, preparou gostoso vinagrete, temperou as coxinhas das asas de frango, que foram para a grelha. Botei no espeto os corações, a linguiça, o miolo de alcatra. A picanha deixamos para queimar outro dia.
Fui provando um tanto de tudo, de modo a ver se estava no ponto. Ao servir, já estava empachado, mas acompanhei. Eita! Ao depois veio a caipirinha, que a cachaça na ventaneira só faz bem ao corpo e torna o mundo mais interessante. Trini Lopes, Léa e Maria Eugênia cantam Quiçás, quiçás, quiçás.
Momentos como esse fazem a aventura de existir valer a pena, apesar do caos, dos políticos, da violência, da carestia, da falta de cortesia, dos reveses. É na cumplicidade, na simplicidade, na desafetação que as coisas acontecem.
Dissabores vêm e vão com o vento. Há um ditado que reputo chulo, mas muito pertinente e que transcrevo, com o perdão dos puritanos. "Se a vida lhe der as costas, passe a mão na bunda dela." O negócio é aproveitar, porque a dita cuja é uma só.
quinta-feira, 15 de julho de 2010
quarta-feira, 14 de julho de 2010
Passar roupas é uma ciência
Passar as roupas a ferro é uma ação que exige do principiante mais que iniciativa: requer paciência monástica e alguns ansiolíticos.
De primeiro parece simples. É só esticar a peça na tábua de passar e deixar o ferro fazer o resto, com um impulsinho do braço. Empiricamente descobri que a coisa não é bem assim.
Um acidente doméstico da consorte levou-me à lavanderia, de forma a ajudar nos afazeres. Léa sofreu uma queda e fraturou o cotovelo esquerdo, que precisa ficar imobilizado três semanas. Achei mais que justo dar uma força, especialmente pelo fato de ter coincidido com minhas férias.
Em meu primeiro dia na lavanderia, consegui passar alguns lenços e guardanapos sem problema. Os lençóis me deixaram um pouco atrapalhado, com uma ponta de irritação a emergir e sombrear meu ânimo solidário e participativo.
No segundo dia, ao arriscar outras peças, foi um desastre. Queimei a capa de uma almofada, provoquei um furo em minha própria calça jeans, tostei a parte superior de uma camisa social e desliguei o ferro antes que sobreviesse coisa pior.
Fui desabafar com a Léa, meio choramingueiro, sob o argumento de que não tinha mesmo jeito para essas coisas, digamos assim, mais afeiçoadas ao cotidiano feminino. Sou de uma geração que ouviu dos pais que cozinha não era lugar de homem e outras máximas do gênero. Lavanderia, então, era um espaço que em minha infância e juventude só conhecia de longe, quando ia chamar a Rita para dar algum recado.
Mas Léa é persuasiva e argumentos eivados por machismo não costumam funcionar em casa, de forma que retornei a ação, mas minhas tentativas não foram muito frutíferas. Quando passava a parte interna da camisa, onde ficam os botões e as casas, amassava outra parte. Aquela região camisal que fica logo abaixo do colarinho é terrível.
Em vários momentos pensei em arremessar aquela instrumento contra a parede e sentar-me junto ao Otto, nosso cão, para derramar-me em lágrimas, mas me contive. Mangas e punhos também me tiraram do sério: deslizava o ferro dum lado e inadvertidamente vincava o outro.
Rendo-me. Passar roupa é uma verdadeira arte e nossas mães, tias, esposas, funcionárias merecem a mais alta consideração e respeito. Esse conjunto de conhecimentos adquiridos, historicamente acumulados, que as mulheres tentam transmitir a lorpas como eu, é uma ciência e seu domínio é para poucos.
De primeiro parece simples. É só esticar a peça na tábua de passar e deixar o ferro fazer o resto, com um impulsinho do braço. Empiricamente descobri que a coisa não é bem assim.
Um acidente doméstico da consorte levou-me à lavanderia, de forma a ajudar nos afazeres. Léa sofreu uma queda e fraturou o cotovelo esquerdo, que precisa ficar imobilizado três semanas. Achei mais que justo dar uma força, especialmente pelo fato de ter coincidido com minhas férias.
Em meu primeiro dia na lavanderia, consegui passar alguns lenços e guardanapos sem problema. Os lençóis me deixaram um pouco atrapalhado, com uma ponta de irritação a emergir e sombrear meu ânimo solidário e participativo.
No segundo dia, ao arriscar outras peças, foi um desastre. Queimei a capa de uma almofada, provoquei um furo em minha própria calça jeans, tostei a parte superior de uma camisa social e desliguei o ferro antes que sobreviesse coisa pior.
Fui desabafar com a Léa, meio choramingueiro, sob o argumento de que não tinha mesmo jeito para essas coisas, digamos assim, mais afeiçoadas ao cotidiano feminino. Sou de uma geração que ouviu dos pais que cozinha não era lugar de homem e outras máximas do gênero. Lavanderia, então, era um espaço que em minha infância e juventude só conhecia de longe, quando ia chamar a Rita para dar algum recado.
Mas Léa é persuasiva e argumentos eivados por machismo não costumam funcionar em casa, de forma que retornei a ação, mas minhas tentativas não foram muito frutíferas. Quando passava a parte interna da camisa, onde ficam os botões e as casas, amassava outra parte. Aquela região camisal que fica logo abaixo do colarinho é terrível.
Em vários momentos pensei em arremessar aquela instrumento contra a parede e sentar-me junto ao Otto, nosso cão, para derramar-me em lágrimas, mas me contive. Mangas e punhos também me tiraram do sério: deslizava o ferro dum lado e inadvertidamente vincava o outro.
Rendo-me. Passar roupa é uma verdadeira arte e nossas mães, tias, esposas, funcionárias merecem a mais alta consideração e respeito. Esse conjunto de conhecimentos adquiridos, historicamente acumulados, que as mulheres tentam transmitir a lorpas como eu, é uma ciência e seu domínio é para poucos.
sábado, 10 de julho de 2010
Registros da posse
Na solenidade de posse, estreando a pelerine em noite inesquecível, aqui fotografado por Léa, esposa e companheira que acompanha minha jornada, venturas e desventuras.
No coquetel, as presenças indispensáveis de Léa e Maria Eugênia, ladeando o escritor e primo José Thomaz Nabuco de Araújo Filho
Academia Jahuense de Letras
A Academia Jahuense de Letras empossou na sexta-feira, dia 9 de julho, seus acadêmicos, em solenidade na escola estadual Caetano Lourenço de Camargo, sucedida por coquetel na sede do Rotary Club.
ADÔNIS MUSITANO PIRÁGINE - MACHADO DE ASSIS
A academia é presidida pelo professor Adônis Musitano Pirágine, 89 anos, que fez parte da primeira sociedade de letras criada em Jaú, a Academia 12 de Março, fundada em 1937 e ativa por quatro anos. Seu patrono é o escritor Machado de Assis, criador e primeiro presidente da Academia Brasileira de Letras (ABL).
Figurando entre os acadêmicos, ocuparei cadeira que tem como patrona a escritora Hilda Hilst.
Abaixo, a relação de todos os acadêmicos e seus respectivos patronos:
OSVALDO FRANCESCHI JR - TOLENTINO MIRAGLIA
ADÔNIS MUSITANO PIRÁGINE - MACHADO DE ASSIS
ADIB GERALDO JABUR - DAVID NASSER
ADÃO LEVORATO - MARIA DEZONNE P. FERNANDES
MARA SILVIA MUNHOZ BERNINI - RUI FERRAZ COSTA
CARLOS EDUARDO MONTE - SAUL GALVÃO
DIRCEU BARBOSA - JOSÉ RAPHAEL TOSCANO
VIVIAN RENATA MAGALHÃES - NILSEN KUNTZ NAVARRO
ANTONIO FAIS - SEBASTIÃO TEIXEIRA
ISMAR DE PAULA SOUZA - TÚLIO ESPÍNDOLA DE CASTRO
MARIA REGINA CANHOS VICENTIN - ALCIDES BERNARDI
VERA LUCIA DADAMOS - ANTONIO FERREIRA DOS SANTOS JR.
ANA CÉLIA PEREIRA DOS SANTOS - ÁLVARO FLORET E SILVA
ANTENOR ZAGO - DOMINGOS RÚFFOLLO
DINÁ AP. ROSSIGNOLLI SALEM - JOSÉ SALEM NETO
GERSON MENDONÇA NETO - GERSON MENDONÇA
JOSÉ EDUARDO MENDES CAMARGO - NÓBREGA SIQUEIRA
JOSÉ RAPHAEL MUSITANO PIRÁGINE - SALVADOR BORGES
JOSÉ RENATO DE ALMEIDA PRADO - HILDA HILST
JOSÉ T. NABUCO DE ARAÚJO FILHO - BENTO PRADO DE A. FERRAZ JR.
MÁRIO GOBBI FILHO - MÁRIO GOBBI
sexta-feira, 9 de julho de 2010
Academia Jahuense de Letras empossa membros
Transcrevo parte do texto da jornalista Priscila Donato, do jornal Comércio do Jahu, publicado dia 9 de julho.
A Academia Jahuense de Letras dá posse hoje aos seus 21 acadêmicos, depois de quase um ano de sua fundação, no dia 16 de agosto de 2009. Os nomes dos membros e seus respectivos patronos serão apresentados em solenidade na escola estadual Caetano Lourenço de Camargo, às 20h.
Entre os acadêmicos está o prefeito Osvaldo Franceschi Junior e escritores como Adão Levorato, Dirceu Barbosa e o jornalista do Comércio José Renato de Almeida Prado. A cadeira número 1 da sociedade jauense foi destinada ao criador e primeiro presidente da Academia Brasileira de Letras (ABL), Machado de Assis.
Também são patronos a escritora Hilda Hilst, o filósofo Bento Prado de Almeida Ferraz Junior e o fundador do Comércio, Álvaro Floret e Silva (veja quadro). Vários imortais, aliás, foram colaboradores do jornal, como José Raphael Toscano, Alcides Bernardi e Gerson Mendonça.
A Academia Jahuense de Letras dá posse hoje aos seus 21 acadêmicos, depois de quase um ano de sua fundação, no dia 16 de agosto de 2009. Os nomes dos membros e seus respectivos patronos serão apresentados em solenidade na escola estadual Caetano Lourenço de Camargo, às 20h.
Entre os acadêmicos está o prefeito Osvaldo Franceschi Junior e escritores como Adão Levorato, Dirceu Barbosa e o jornalista do Comércio José Renato de Almeida Prado. A cadeira número 1 da sociedade jauense foi destinada ao criador e primeiro presidente da Academia Brasileira de Letras (ABL), Machado de Assis.
Também são patronos a escritora Hilda Hilst, o filósofo Bento Prado de Almeida Ferraz Junior e o fundador do Comércio, Álvaro Floret e Silva (veja quadro). Vários imortais, aliás, foram colaboradores do jornal, como José Raphael Toscano, Alcides Bernardi e Gerson Mendonça.
segunda-feira, 5 de julho de 2010
UBE na Bienal do Livro
A União Brasileira de Escritores participará da 21ª Bienal Internacional do Livro, promovida pela Câmara Brasileira do Livro, que acontecerá de 12 a 22 de agosto, das 10 às 22 horas, no Pavilhão de Exposições Anhembi, em São Paulo. http://www.bienaldolivrosp.com.br/
A UBE promoverá dois eventos na Bienal do Livro, no Auditório Monteiro Lobato, das 18 às 20:30 horas.
No dia 16 de agosto será realizada a palestra Sexo, Amor e Alma: Direito e Liberdade, que será proferida por Renata Pallottini, com apresentação e mediação de Raquel Naveira.
No dia 18 de agosto acontecerá o evento Erotismo e Poesia. A jornalista Mariza Baur entrevistará o escritor Cláudio Willer.
A UBE promoverá dois eventos na Bienal do Livro, no Auditório Monteiro Lobato, das 18 às 20:30 horas.
No dia 16 de agosto será realizada a palestra Sexo, Amor e Alma: Direito e Liberdade, que será proferida por Renata Pallottini, com apresentação e mediação de Raquel Naveira.
No dia 18 de agosto acontecerá o evento Erotismo e Poesia. A jornalista Mariza Baur entrevistará o escritor Cláudio Willer.
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