O pai estava a catar milhos à máquina de escrever. Emite um som característico, gutural, semelhado a um mugido.
O filho, à mesa contígua, brinca de funcionário, imaginando-se em seu próprio local de trabalho, a cumprir funções designadas por um superior. Vez em quando trocam olhares que mesclam ternura e admiração.
O pai pensa no futuro do filho e sente um misto de esperança, credulidade e temor. Que mundo herdará? Os olhos marejam e as palavras saem firmes. Filho, você não será empregado de ninguém; será o patrão.
O filho abre sorriso largo, faz a caneta passear pelos dedos finos, os olhinhos acesos a descobrir tudo que se lhe apresenta.
O pai recosta na cadeira, o filho sobe em seu colo. Um uta apertado, gostoso, sentido. Um é amor, o outro, alegria.
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