Uma passagem, em particular, foi divertida. Uma jovem, conhecida da Léa, revelou surpresa com nossa presença.
- Vocês também curtem Raul?
Léa elegantemente limitou-se a responder um claro que sim e eu esforcei-me para conter o riso. Pensei, ato contínuo, em responder algo como: sim, garota, apesar de você achar que sou uma criatura pré-colombiana, sempre curti Raul. Mas calei.
Quando Raul Seixas estourou com seu segundo LP, Gita, em 1974, eu tinha apenas 10 anos e já era fã de algumas de suas músicas como Mosca na sopa e Metamorfose ambulante, que haviam sido lançadas no ano anterior. Seus maiores sucessos me foram apresentados por minha mãe, que tinha um eclético gosto musical e adorava o bruxo.
No ano em que ele morreu, em 1989, eu contava com 25 anos na cacunda e posso dizer que acompanhei grande parte de sua carreira, embora jamais tenha estado de corpo presente em uma apresentação musical do artista.
Uma vez surgiu uma oportunidade, não me recordo o ano, talvez 1981, quando ele se apresentaria no lendário Festival de Águas Claras, em Iacanga. Estava tudo combinado, seguiríamos em quatro ou cinco amigos, mas a coisa não virou. Creio que por falta de grana, não sei bem, minha memória não é mais a mesma.
De qualquer forma, foi legal constatar que o bruxo é atemporal e continue fazendo sucesso danado entre a rapaziada. Valeu! Essa foto aí, tirei lá, com o celular.