Escrever é um ato solitário, que requer uma mistura peculiar, antagônica por vezes, de silêncio, concentração, alheamento do espírito e devaneio.
É quase um processo de loucura, que nos obriga ao mergulho na busca de fisgar uma palavra, uma frase, um sentido. Exercício de garimpo e encanto. Nunca bem compreendido.
Cá estou a rever textos que publiquei na década de 1980, dando-lhes nova roupagem, enxertando um tanto aqui, eliminando parágrafos lá. Tudo está sendo reunido com material recente, que pretendo parir em meu próximo livro, já em gestação.
sábado, 29 de agosto de 2009
terça-feira, 25 de agosto de 2009
Pensar com o quê?
"Existem duas classes do homem de mídia: a que pensa com a cabeça, age com o pensamento, debate idéias e não idealizadores. E uma outra que manufatura a mentira e ataca diretamente o ser humano. Esta última, eu diria: pensa com a bunda."
(Do advogado Antonio Gonçalves da Cunha, falando em nome da OAB-Jaú, em uma cerimônia de desagravo a um colega de profissão, que fora ofendido por um radialista local, em outubro de 1988)
sexta-feira, 14 de agosto de 2009
Cara do Brasil
O show de Rolando Boldrin foi excelente. Cantador, compositor, ator, poeta, escritor, fez um espetáculo delicioso no Caiçara Clube de Jaú.
Contou causos divertidos e interpretou com maestria músicas que já se tornaram verdadeiros clássicos, como Eu, a Viola e Deus, Amor de Violeiro, Vide-vida Marvada, Aquela Flor, Seresta, Saudades de Matão e Mágoas de Carreiro (que a Léa adorou).
Tudo valeu: o show e a companhia. Depois do espetáculo, fomos jantar no Calzone: picanha de cordeiro assada. Ainda com Boldrin na cabeça, não resisti e pedi um digestivo: cachaça artesanal, que é danada de gostosa e abre o apetite.
Rolando
Eita! Hoje é dia de show com Rolando Boldrim aqui, no Jaú.
Estamos nos aprumando para ver o artista cantar seu repertório de músicas raizes e contar os causos deliciosos.
Até
Estamos nos aprumando para ver o artista cantar seu repertório de músicas raizes e contar os causos deliciosos.
Até
quinta-feira, 13 de agosto de 2009
Frase
"Desmatamento - Não há exemplo mais típico de um progresso às recuadas. Vamos para o futuro sacrificando o futuro, como se andássemos nas vésperas do dilúvio."
(Euclides da Cunha)
(Euclides da Cunha)
terça-feira, 11 de agosto de 2009
O sonho
Era um sonho – desconexo como a maioria deles – ainda que não o soubesse, porquanto tudo era verossímil, aquela realidade provável, que bem poderia estar a acontecer.
As imagens, as cores, os cheiros, as falas só se revelam representações soniais quando as pálpebras descerram e, então, os sentidos saem da zona fronteiriça entre o que estava e o que realmente existe ou supomos existir.
Depois, o desdormir a incitar apurações metafísicas e a constatação de que, em verdade, o céu jamais poderia ter matizes tão distintos quanto aqueles que se apresentaram à mente durante o sono, ainda que estivesse lindo.
Era o que parecia um terminal rodoviário, com dezenas de ônibus em suas plataformas a recolher e fazer descer passageiros incessantemente. Aguardava o intermunicipal que me levaria de volta... para onde mesmo?
O veículo chegaria a qualquer momento e eu tinha de embarcar. Seria melhor escrever que tinha de usar o meio de transporte, para evitar a catacrese? Não vem ao caso agora. O fato é que senti súbita vontade de comer um hambúrguer repleto de ketchup e mostarda e rumei à lanchonete, conquanto minha consciência insistisse em gritar que essa volição me faria perder o ônibus. Dei de ombros.
Acomodei-me em uma banqueta, pedi o sanduíche e pus-me a mirar um homem e sua filha, que se achegaram um tanto depois. Quando veio o pedido, entreguei-me a devorá-lo desbragadamente, com os molhos a escorrer pelas mãos. À cada mordida, a certeza de querer estar ali, como se disso dependesse minha felicidade. Nada mais importava. Amassei na mão a passagem e ri. Era um sonho. Desconexo. Como a maioria deles.
segunda-feira, 10 de agosto de 2009
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